Coincidência ou não, comentamos anteontem sobre os desdobramentos da fusão entre AT&T e Time Warner no Brasil (que ainda precisa ser aprovada pelo Cade e pela Anatel), e eis que hoje o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, aparece em entrevista à Folha de São Paulo anunciando os planos da operadora, que pertence à AT&T. Com as dúvidas sobre a fusão, nem mesmo se sabe se a Sky continuará existindo na forma atual; a AT&T talvez seja obrigada a revendê-la e, dependendo de quem seja o comprador, os tais planos podem virar pó.
De qualquer modo, o caminho geral parece traçado, não só para a Sky mas para todos os grupos de mídia: TV pela internet. Baptista anunciou que em 2018 a empresa lança no Brasil o DirecTV Now, serviço de streaming baseado em conteúdos dos canais lineares, ou seja, o assinante poderá ver seus canais preferidos (de filmes, esportes etc.) através de uma conexão de banda larga. Nem será necessário um decoder específico.
Será o custo mensal equivalente ao de uma Netflix? E será a conexão que temos hoje em casa suficiente para esse tráfego todo? São perguntas que só o tempo responderá. Mas, entre os especialistas, ninguém mais tem dúvidas. Pesquisa recente da consultoria Parks Associates mostrou que mais de 60% dos americanos já assinam pelo menos um serviço de streaming (claro, com Netflix em primeiro lugar). São pessoas que assistem menos a TV tradicional, ainda que continuem usando um TV comum.
Por lá, grupos como Fox, Disney e Time Warner estão se voltando para a internet como forma de compensar as perdas com os chamados cord-cutters, aqueles que tinham assinatura e cancelaram. Por aqui, o melhor exemplo vem da Globo: segundo o site especializado Mobile Time, que entrevistou 1.904 brasileiros que têm smartphone, o serviço Globo Play é um dos que mais crescem, inclusive na modalidade paga. Ainda é um formato deficiente, lento na navegação, mas com certeza será aperfeiçoado com o tempo; e o leque de conteúdos que oferece é quase imbatível (aqui, mais detalhes sobre os planos da Globo).
A Presença desse Luís na presidência da Sky, é lamentável e retrogrado e arcaico.
Nunca vi tanto cinismo, hipocrisia e mentira em um presidente de empresa como ele, naqueles comerciais fúteis institucionais que passa no mosaico da Sky- Da vontade de vomitar.