Temos eleições daqui a 15 meses e a maioria da população está farta dos políticos. Só que, sem eles, nada feito. Pela enésima vez, teremos que escolher os menos piores, num cenário cada vez mais tenebroso. Como confiar em pessoas que vivem da mentira, jamais assumem seus erros, encontram-se com bandidos furtivamente nas madrugadas e são capazes de acusar até os mortos?

Bem, ouço dizer que não haverá eleição porque “as elites não deixarão que Lula volte”. Em geral, são as mesmas pessoas que culpam “a Globo” por todos os males do país. É um pensamento típico de quem não entende o mundo atual. Ou finge não entender, o que dá na mesma. Depois de tudo que vimos nos últimos anos, propor que sejam retomadas aquelas mesmas políticas que levaram à maior crise da história é de uma atroz insanidade.

Sim, teremos que votar em 2018. E quem preza a liberdade e a democracia não vai poder fugir. Será escolhido um novo Presidente (e atenção: também seu vice, que fará parte da mesma chapa, ou seja, o mesmo grupo político), além de governadores, senadores e deputados. E, num país com quase 40 partidos,  ninguém poderá reclamar de falta de opções. As pesquisas atuais, que indicam um segundo turno com Lula vs Bolsonaro, não passam de retratos do momento, como são todas as pesquisas.

O que parece claro é que os principais partidos (PMDB, PT e PSDB) estão caindo de podres. Embora tenham vencido amplamente as eleições municipais de 2016, os tucanos dificilmente repetirão o feito após se unirem a Temer e serem pegos na mesma Lava Jato que derrubou o PT. Teriam que encontrar uma “cara nova”. Mas sua maior promessa é Dória, odiado dentro do próprio partido.

Cabe então procurar alternativas. O senador paranaense Álvaro Dias foi lançado pelo Podemos, versão modernizada do PTN, historicamente um partido de centro-direita que acabou caindo nas mãos de Collor e agora busca limpar sua imagem. Traz celebridades como Romário e bate na tecla do combate à corrupção, que certamente será um dos temas centrais da próxima campanha. Mas o grupo não apresenta mais do que isso, pelo menos até agora.

Há também um “Partido Novo”, formado por empresários que dizem não precisar do fundo partidário nem do tempo na TV. Prometem fazer uma campanha totalmente digital. Será interessante conferir se as redes sociais já são suficientemente fortes para substituir as tradicionais máquinas partidárias. 

À esquerda, até agora tudo costumava convergir para o PT. Mas é duvidoso se partidos como PSB e PPS continuarão em sua rota de conveniência, em troca de alguns cargos? PDT, de Ciro Gomes, PSOL e os partidos comunistas às vezes fazem barulho, mas eleitoralmente são inexpressivos. E temos a eterna interrogação chamada Rede, de Marina Silva.  Aliás, por onde anda Marina?

Fato é que não há tempo a perder. Os 14 milhões de desempregados têm urgência, assim como os milhares de empresários quebrados. Procuram-se candidatos com ideias exequíveis e a máxima transparência. Links aqui, por favor. Em tempo: ficha limpa é apenas uma condição, necessária porém não suficiente.

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