Reportagem desta quarta-feira no site do The Wall Street Journal fornece detalhes sobre a nova área de atuação da Alphabet, empresa que controla o Google: serviços financeiros. A ideia é formar parcerias com os principais bancos para permitir que seus clientes tenham conta corrente no Google e façam todo tipo de transação financeira online. O artigo pode ser lido em português aqui.

Você já deve ter lido que o Facebook lançou sua criptomoeda (que foi mal aceita pelo mercado, devido ao histórico de vazamentos da empresa) e que a Apple criou seu cartão de crédito. Se pensou que as gigantes da internet estão de olho no seu dinheiro, acertou. Também a Amazon estaria negociando com bancos para criar serviços financeiros, diz o Journal. Num momento em que muitos governos apontam o excesso de poder nas mãos dessas empresas, mexer com o dinheiro dos usuários é algo que certamente causa arrepios.

O pessoal do Google sabe muito bem disso, tanto que não pretende interferir na forma como os bancos se relacionam com seus clientes. “Queremos apenas ajudar mais pessoas a fazerem transações online”, disse ao jornal o responsável pelo projeto, Caesar Sengupta, garantindo que a empresa não deseja ter acesso aos dados dos usuários. O que é no mínimo estranho, partindo do Google, uma máquina que cresceu justamente explorando informações pessoais. 

Por sua vez, a maioria dos bancos em todo o mundo hoje enfrentam a concorrência das fintechs, que atraem principalmente correntistas jovens. Empresas de internet têm alto poder de atrair esse tipo de público. A seu favor, o Google conta com a simpatia de grande parte dos americanos. Segundo pesquisa recente da consultoria McKinsey, 58% deles confiariam em serviços financeiros prestados pela gigante de buscas.

Mesmo assim, planos como esses ainda terão que passar pelas rigorosas autoridades fiscais dos EUA, sem falar nos governos europeus, que vêm aumentando as pressões sobre as empresas de internet.

Mas não deixa de ser curioso pensar que até pouco tempo atrás os bancos eram, de fato, os donos do dinheiro mundial e podiam comprar quem quisessem. Para o bem ou para o mal, isso já não é verdade. Talvez seja mais fácil, hoje, uma gigante como Google ou Amazon comprar um grande banco. E fazê-lo render mais ainda.

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