Movido por uma reportagem de Mariana Toledo no site Tela Viva, fui conferir o estudo “Paixão em Séries 2021”, realizado pela NBCUniversal, que no Brasil é dona dos canais SYFY e Universal. É talvez o mais detalhado levantamento sobre o mercado brasileiro de streaming, mídia hoje indissociável da TV por assinatura. Sim, a evolução tecnológica e as mudanças de hábitos dos consumidores explicam por que quase todos os canais pagos estão ligados a alguma plataforma de streaming.
Mas o estudo – que pode (e deve) ser conferido aqui – foca principalmente no fenômeno das séries, esse formato herdado da TV americana tradicional e que, no Brasil, parece estar ocupando o espaço antes dedicado às novelas. No lugar de uma única emissora (a Globo) mobilizando milhões de famílias no horário nobre, temos o Netflix e seus seguidores, inclusive a própria Globo(play), sendo acessados 24 horas por dia.
Foram feitas 83 entrevistas online e 1.250 presenciais, com homens e mulheres acima de 16 anos, das classes ABC, em oito regiões do país. Traça-se um histórico do formato desde Nick Carter, o “rei dos detetives”, surgido na França há mais de 100 anos, até os êxitos recentes do streaming. E a análise é muito feliz ao relacionar a mudança no perfil das séries com as inovações tecnológicas que ajudaram a transformar os hábitos do público.
Exemplo: na “primeira onda” (anos 1990), poucos tinham celular, a internet era discada e as séries eram vistas na TV aberta, em dias e horários pré-determinados. As narrativas eram mais simples e os episódios, independentes entre si.
Na primeira década deste século, produções como Lost, House e The Sopranos já apresentavam tramas mais complexas, com episódios conectados entre si, voltadas para nichos de audiência, ao mesmo tempo em que cresciam a TV por assinatura (rumo à segmentação) e os sites de download. Foi ali que surgiu o termo “maratonar”…
Nos últimos dez anos, surgiram as superproduções em formato de série: Game of Thrones, Breaking Bad, Walking Dead, Stranger Things etc., todas acompanhadas de forte esquema de marketing promovendo o culto aos personagens. Nasceram as “comunidades”, impulsionadas pelas redes sociais e pela comunicação móvel, o que só foi possível com a chegada do 3G e da banda larga mais estável.
O resultado disso tudo é que, só em 2020, foram exibidas nos EUA nada menos do que 560 séries, um crescimento de 208% desde 2002. Explodiu também a produção de séries em outros países, Brasil inclusive, e o formato passou a ser consumido por todas as faixas de público, sendo 52% acima de 34 anos.
Por fim, a grande constatação: nada menos do que 86% dos brasileiros entrevistados preferem ver suas séries na TV, devido à melhor qualidade de som e imagem. E com a pandemia esse fator se tornou ainda mais relevante, elevando a audiência das plataformas e estimulando mais usuários a investirem num bom equipamento.
Esse é o quadro atual, que provavelmente será diferente se essa pesquisa for refeita daqui a cinco ou dez anos. Não se sabe se todos os serviços de streaming conseguirão se manter, nem mesmo há certeza de que a super líder Netflix continuará tão forte. Certo mesmo é que as séries, com uma boa ajuda da tecnologia, estão contando boa parte da história no início deste conturbado século 21.
Só assisto TV por streaming atualmente, não tenho mais TV por satélite e assino atualmente a DIRECTV GO e outras como DISNEY+, NETFLIX, AMAZON PRIME, etc…
Com certeza prefiro o streaming na TV porque primo por áudio de qualidade e tela grande.