A principal notícia da semana para o setor de tecnologia foi a união entre a OpenAI e um dos poucos realmente gênios dessa indústria: Jony Ive, designer que durante 30 anos liderou a Apple com seus inúmeros produtos revolucionários. A empresa dona do ChatGPT comprou, por nada menos do que US$ 6,5 bilhões, a agência de design fundada por Ive, chamada simplesmente “io”
Ive leva consigo uma equipe de 55 engenheiros e desenvolvedores de software treinados por ele desde que saiu da Apple, em 2019, com a missão de lançarem seu primeiro produto no ano que vem. E que produto seria esse? Foi a pergunta mais comentada nos últimos dias em sites, blogs e fóruns de tecnologia. Seria um concorrente do iPhone, criação de maior sucesso de Ive?
NÃO SERÁ UM NOVO SMARTPHONE. SERÁ?
Uma possível resposta veio através de Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, em entrevista à agência Bloomberg: “Da mesma forma que o smartphone não matou o laptop, não acho que nossa primeira criação irá matar o smartphone. Será algo totalmente diferente”.
Especulações não demoraram a circular, num estilo similar ao que consagrou a Apple de Steve Jobs. Meses antes de lançar um produto, Jobs passava “pistas” para seus jornalistas amigos, que se encarregavam de compartilhar. Criava-se assim um círculo vicioso de rumores que atendia o objetivo principal da empresa: gerar expectativa crescente engajando até pessoas que não comprariam o produto (mas que se tornavam fãs da marca da maçã).
“Já experimentei um protótipo e posso dizer que é a mais incrível peça de tecnologia que o mundo já viu”, acrescentou Altman num vídeo promocional produzido por sua empresa. No mesmo vídeo (assistam aqui), Ive explica que o tal produto está em desenvolvimento há cerca de dois anos e que reuniu “os melhores engenheiros (de hardware e software), além de cientistas, físicos e especialistas em manufatura”.
Para justificar a entrada da OpenAI no perigoso campo do hardware, terá mesmo de ser algo revolucionário (na foto, uma das imagens especuladas). Ive ainda acrescentou: “Tenho certeza absoluta de que estamos a um passo de uma nova geração de tecnologia que tornará nossas vidas melhores”.
Difícil duvidar, em se tratando do homem que a partir dos anos 90 redefiniu o próprio conceito de design. Mas é bom lembrar que a OpenAI ainda não é uma Apple; aliás, está em busca de novos aportes para financiar sua expansão em IA Generativa, diante da ameaça de concorrentes como Google e Meta, sem falar dos chineses.
Uma, digamos, pré-campanha de lançamento como essa em conjunto com o “pai” do iPhone certamente ajuda a atrair esses investimentos. Vamos ver o que virá depois disso.