High-end, praticamente todo mundo sabe o que é, certo? No mercado de eletrônicos, a expressão identifica produtos e empresas que atuam no chamado “topo da pirâmide”, ou seja, consumidores exigentes e de alto poder de compra.
Há também o low-end, que obviamente indica a parte inferior da tal pirâmide, aqueles que têm menos renda e, por isso, buscam produtos de baixo custo. Antes de continuar, vale um lembrete: nem todo produto mais caro é melhor; e é um erro escolher com base apenas no preço.
Talvez em função das intermináveis incertezas econômicas, grande parte dos consumidores brasileiros concentra-se no que vem sendo chamado mid-end, ou middle-market, isto é, o “meio” da pirâmide. Nesse sentido, um dos movimentos mais interessantes dos últimos anos no mercado brasileiro de áudio/vídeo vem sendo feito pela empresa paulista AAT (Advanced Audio Technologies).
Mercado high-end acabando?
João Yazbek, fundador e proprietário, costuma dizer que não tem interesse pelo segmento high-end: “Esse mercado está acabando no mundo inteiro. O consumidor de home theater e áudio high-end está migrando para soluções de áudio e vídeo na área gourmet, caixas de embutir, som ambiente até nas áreas externas da casa”, afirma ele, que optou pelo mid-end há cerca de dez anos.
Foi uma opção acertada porque, nesse período, a AAT não parou de crescer. No ano passado, inaugurou uma nova fábrica (vejam aqui) e abriu a AAT Distribution para atuar com produtos de maior valor agregado e, aí sim, mais próximos do high-end.
Evidentemente, não se trata da única empresa focada na classe média. Nem significa que as marcas tenham que necessariamente optar por uma coisa ou outra. Interessante é a constatação, que por muitos ainda não é bem compreendida, de que o mercado brasileiro é capaz de absorver grande variedade de produtos. E certamente seria muito maior se o(s) governo(s) não atrapalhasse(m).