A entrada da Amazon no segmento de comunicações via satélite de baixa órbita (LEO, em inglês) pode elevar a temperatura nesse segmento, hoje dominado pela Starlink. Não será por falta de egos nem de ambição: Jeff Bezos é tão arrojado quanto Musk, embora menos espalhafatoso.

Sua mais recente cartada foi a associação com o grupo argentino Werthein, dono da Sky e da DirecTV, com o objetivo de oferecer serviços de banda larga em regiões não atendidas por redes de fibra óptica. Em comunicado oficial (veja aqui), a Amazon anunciou que já possui mais de 150 satélites LEO em operação e contratos assinados com várias operadoras ao redor do planeta.

Para enfrentar a Starlink, a Amazon conta com uma nova tecnologia de antenas conhecida como phased-array terminals. Essas antenas possuem múltiplos elementos de comunicação que atuam de modo sincronizado para enviar e receber informações dos satélites. A comunicação é instantânea, com latência inferior a 20 milissegundos.

É bom lembrar que os satélites LEO se comunicam via laser, no padrão conhecido pela sigla OISL (Optical Inter-satellite Links), que supera em muito a velocidade da fibra.

 

Banda larga com 1Gbps de velocidade 

No Brasil, o novo serviço da Amazon será comercializado pela Sky, começando pela região Sul. Outros países do continente ficarão sob a responsabilidade da DIRECTV Latin America. A promessa é oferecer velocidades de até 400 Megabits por segundo para usuários residenciais e de 1Gbps para empresas, com latência comparável à da fibra óptica neste primeiro momento, informa o site Telesíntese.

Segundo a Sky, o plano da Amazon é chegar a 3.200 satélites LEO para cobrir da Argentina até a linha do Equador. Além da Amazon, há outras empresas em vias de entrar no mercado brasileiro para competir com a Starlink, caso das francesas OneWeb Eutelsat e E-Space.

Entre os especialistas é consenso que a tecnologia LEO veio para ficar e será dominante nos próximos anos. Não é por acaso que a Amazon está investindo US$ 10 bilhões nesse projeto. Por enquanto, trata-se de uma tecnologia cara, mas com enorme potencial de barateamento, até porque os chineses estão chegando com força também nesse segmento.

Enquanto estima-se que a Starlink já tenha mais de 10 mil satélites lançados, dos quais 7.500 em operação, a gigante chinesa Spacesail planeja chegar a 14 mil a médio prazo. Haverá, com certeza, grandes desafios logísticos, regulatórios, ambientais e até geopolíticos, como vimos quando a Starlink chegou ao mercado brasileiro (vejam aqui).

Mas cada vez fica mais claro que o futuro será dos satélites.

 

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

1 thought on “Internet via satélite: a corrida vai esquentar

  1. Olá Orlando, espero que esteja bem!

    Excelente notícia, os satélites irão proporcionar competitividade, qualidade dos sinais, avanços tecnológicos, onde o consumidor e as empresas terão opções de escolhas.
    Outro dia tive oportunidade de ler um assunto da internet que vai ser possível ser transmitida pela luz elétrica, com mais precisão e velocidade.
    Vivemos em um sistema de cabeamento para conectar os sinais de internet, tv e comunicação que se torna um emarando de cabos, chega a ser até uma poluição visual em todas as cidades do Brasil.
    Acredito que com essas modernidades, muitas coisas irão mudar para melhor.
    Agradeço-lhe pela oportunidade.
    Abraço.

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