Há anos se fala na ambição das big techs em conquistar os ambientes domésticos. Se muitos de nós já nos tornamos reféns de Google, Microsoft e cia., esse domínio só tende a aumentar com os avanços da IA Generativa. Vejam o mais recente anúncio da Alphabet, dona do Google: Gemini for Home, um chatbot que traz os algoritmos, muito bem treinados, para o campo dos assistentes de voz.
Gemini, como se sabe, é a “IAG do Google”, concorrente direto do ChatGPT e do Microsoft Copilot. A nova versão, anunciada na semana passada nos EUA, chegará ao mercado americano em outubro trazendo mais interações para quem usa o Google Assistente. A principal novidade do Gemini for Home é que o assistente de voz ganha maior capacidade de “dialogar” com o usuário, elaborando melhor as respostas nas rotinas diárias.
Exemplos? Na cozinha, você diz ao assistente quais ingredientes tem na geladeira e ele fornece receitas, orientando inclusive as etapas do preparo. Se você é atleta e pretende disputar uma corrida, pode pedir: “Me ajude a criar um plano nutricional para a semana antes da minha primeira maratona”. Ou, se tem um filho pequeno, perguntando “como criar uma história de ninar”, o assistente cria a trama com base na idade e preferências da criança.
CONVERSAS COM A MÁQUINA
Pessoalmente, tenho certo receio de aparelhos que substituem (ou tentam substituir) atividades humanas como pensar, criar e – no caso específico – inventar uma história para contar a seu filho. Como careta assumido, ainda acho que esse tipo de ação não pode ser delegada a uma máquina. Mas com certeza milhões de pessoas irão adorar…
E não dá para negar a conveniência de, por exemplo, organizar um roteiro de viagem, encontrar restaurantes ou até procurar emprego com a ajuda da tecnologia. Na apresentação do Gemini for Home (veja aqui) a Google detalha como a máquina agora se torna capaz de respostas articuladas e coerentes a perguntas muito mais complexas do que o já velho “vai chover hoje?”
A empresa aposta no sucesso do produto, e até já anuncia que ele irá substituir o Google Assistente convencional. Só não informou quando será lançado fora dos EUA.
Orlando Barrozo
Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.
Nada a ver com o texto da matéria, mas finalmente vejo alguém usar o nome Google no feminino ao se referir à empresa, e não à função de pesquisa.