Conversei ontem com Maarten De Vries, CEO da TP Vision, a empresa que surgiu da união entre a Philips e a chinesa TPV. Foram menos de 20 minutos de entrevista, em meio à agitada agenda do executivo, cuja missão é fazer decolar o projeto em meio à turbulência internacional do momento.

“Contamos com o bom desempenho da economia brasileira nos próximos anos, que serão fundamentais para atingirmos nossos objetivos”, me disse De Vries, um holandês de fala mansa, mas segura, que fez carreira no grupo Philips. Quando perguntei que objetivos são esses, ele não hesitou: “Chegar ao terceiro lugar no segmento de TVs.” Terceiro lugar? Para uma empresa que sempre brigou pela liderança, especialmente no Brasil? “Sim, temos que trabalhar com a realidade. Hoje, a Samsung está bem à frente dos concorrentes. Nosso plano é disputar com os demais fabricantes, lançando produtos de qualidade e a preços competitivos. Se conseguirmos isso nos próximos dois ou três anos, estaremos numa ótima situação.”

Minha pergunta seguinte foi até meio obvia, mas inevitável: a parceria com os chineses é estratégica para atingir essa meta? “Sim, diria que é o principal motivo de a Philips estar de volta na disputa por um mercado tão competitivo. Com o apoio da TPV, teremos condição de produzir em alta escala, atender bem nossos vendedores, oferecer preços de acordo com o potencial de cada mercado e manter nossa rentabilidade.”

Outra decisão estratégica é abrir as portas para parcerias com os demais fabricantes, como já está acontecendo em relação aos TVs 3D (a TP Vision faz parte do grupo que busca uma padronização para o formato, acabando com a disputa entre 3D ativo e passivo) e tambem em relação aos TVs smart (uma aliança foi formada para padronizar os mecanismos de acesso aos conteúdos via internet). “Não teremos um sistema fechado, ao contrário, achamos que o consumidor deve ter liberdade para conectar produtos de marcas diferentes conforme a sua conveniência”, diz De Vries. “Nossos aparelhos serão sempre abertos.”

Como se vê, não é pouca coisa o desafio de De Vries e sua equipe, toda formada por holandeses; os chineses, aparentemente, ficam na retaguarda, cuidando das linhas de produção, coisa que, como ele próprio diz, sabem fazer muito bem.

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