Ninguém tem bola de cristal, mas uma das previsões mais fáceis de se fazer hoje, no mundo da tecnologia, é que os displays OLED vêm aí com tudo. Da mesma forma que o LCD deslanchou de vez quando se juntaram as quatro maiores forças do setor (Sony com Samsung, Philips com LG), agora fica cada vez mais claro que os donos da bola (esses mesmos aí, tirando a Philips, que ainda não se posicionou oficialmente a respeito) apostam mesmo nas telas orgânicas.
Duas notícias surgidas nos últimos dias confirmam. Ambas vêm da Coréia (por que será?). Segundo o jornal Korea Times, o grupo LG decidiu que irá investir em OLED boa parte de seu lucro operacional este ano (previsto em US$ 4 bilhões). Uma das suas fábricas, na cidade de Gumi, já produz esse tipo de painel, e isso deverá aumentar daqui por diante. Já a agência de notícias Reuters informa que a Samsung decidiu aproveitar a estrutura da SDI (sua divisão de displays finos, na qual até recentemente a Sony tinha participação na fabricação de LCDs) para produzir ali displays OLED.
“Dinheiro não será problema”, disse ao Korea Times o CEO da LG, Kwon Young-Soo, sem especificar valores. “Podemos aumentar nosso investimento em OLED a qualquer momento, só estamos decidindo quando iremos fazê-lo”. Em maio, no evento anual da SID (Society for Information Display), que aconteceu em Los Angeles, as duas empresas fizeram demonstrações desses aparelhos. A LG foi até mais longe, mostrando um display OLED flexível (o chamado FOLED), como esse da foto. Tem apenas 4″, mas pode ser dobrado e enrolado sem perder o brilho e a resolução. Convenhamos, não é pouca coisa.
Como estão eternamente numa corrida uma contra a outra, Samsung e LG a toda hora anunciam novidades dando a entender que estão na frente da concorrente. Se o CEO da LG não quis falar em números de investimento, a Samsung distribuiu comunicado à imprensa coreana, nesta 2a. feira, com números e até datas: serão US$ 528 milhões investidos para colocar displays OLED na praça já em 2009 (até agora, o único lançado é o modelo de 11″ da Sony, cujo teste está aqui).
Essa briga promete ser boa.
Pelo menos aqui no Brasil, este produto será caro no lançamento e os coreanos vão precisar do mercado especializado para conquistar os consumidores dispostos a pagar mais pela novidade. Aí farão jantares de lançamento, participarão de feiras e eventos. Depois que se popularizar darão uma banana aos especialziados. A historia se repete…