Enquanto no Brasil se discute se agentes do governo estão ou não espionando as pessoas, como se vê no chamado escândalo da Abin, nos EUA essa prática tão comum aos governos antidemocráticos pode custar caro à já combalida administração Bush. A ONG Electronic Frontier Foundation (EFF) entrou na Justiça contra Bush, seu vice e até a Agência de Segurança Nacional (ANS), com a acusação de que o programa de vigilância do governo americano está invadindo a privacidade das pessoas – para quem não sabe, isso nos EUA é crime grave.

O processo é complicado porque foi feito em nome de todos os clientes da AT&T, maior operadora telefônica do país, cuja rede foi usada por agentes da ANS para espionar supostos terroristas (e acabou atingindo quem nada tem a ver com terrorismo). O programa de vigilância foi criado por Bush em 2001, após o 11 de setembro, e na época poucos reclamaram. Agora, depois de tantas mentiras que vieram a público, o presidente pode terminar seu mandato sendo processado.

É a tecnologia sendo usada para o mal. Quando isso acontece, tem mais é que haver punição mesmo. Lembremos que lá a Justiça quase sempre funciona, ao contrário daqui, onde é capaz até de arranjarem uma promoção para os tais agentes espiões e/ou seus chefes.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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