Não, não se trata de Hollywood. É aqui mesmo, no Brasil. A Associação Brasileira dos Roteiristas Profissionais (que atende simplesmente pela sigla “AR” – confesso que nem sabia de sua existência) está em guerra contra o Ministério da Cultura. Adivinhem por que: verbas, é claro. Anualmente, a Secretaria de Audiovisual do Ministério organiza uma espécie de vestibular de roteiros para premiar com suas verbas de incentivo (este ano, os prêmios são de R$ 50 mil). Os membros da AR se dizem marginalizados das discussões sobre os critérios de seleção dos roteiros, que visam incentivar novos profissionais – a AR é formada basicamente por roteiristas já conhecidos, que também querem fazer parte da farra.

Vejam alguns dos itens da “pauta de reivindicações” apresentada por eles ao Ministério, segundo o site Tela Viva News:

*Aumento dos editais para liberação de financiamento a novos roteiros

*Novo edital, com mais dez prêmios de R$ 80 mil cada, mas voltados só para roteiristas profissionais (excluindo diretores que também são roteiristas – a AR parece achar que as duas atividades são incompatíveis).

*Contratação de “consultores” para analisar os roteiros (quem seriam? Ora, os próprios roteiristas).

E por aí vai. Como diria Ruy Barbosa, “ou elimine-se a corrupção, ou nos locupletemos todos” (a frase original não foi bem essa, mas o que vale é o sentido).

1 thought on “Roteiristas contra o governo

  1. Na realidade a frase citada é do escritor e jornalista Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo de Sergio Porto): “ou nos locupletemos todos ou restaure-se a moralidade”.

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