O site do jornal O Estado de S.Paulo, na seção chamada “Radar Econômico”, vem há tempos divulgando comparações de preço entre produtos vendidos no Brasil e nos EUA. Não está muito claro qual é a intenção, mas não deixa de ser um bom serviço. Um professor de economia, Alcides Leite, faz os cálculos. Nesta semana, o assunto é tecnologia. Foram comparados preços de televisores, câmeras e até o iPad, praticados na mesma rede de lojas (no caso, o WalMart americano e sua filial brasileira).

O resultado, claro, é aquele que nós, trabalhando com eletrônicos diariamente, já sabemos: uma distorção absurda! As diferenças de preço são de 45% no caso de um TV de 40 polegadas, 77% num videogame, 79% para o iPad, 126% numa filmadora e, acreditem, 265% numa câmera fotográfica digital (vejam aqui os detalhes).

Só faltou explicar por que tudo isso acontece. Levantamentos anteriores já mostraram diferenças do mesmo nível no caso de roupas, brinquedos, automóveis, cosméticos, perfumes e por aí vai. Do jeito que está publicado, o leitor desavisado tende a achar que o comerciante brasileiro é mais ganancioso do que seu colega americano. Seria preciso refazer os cálculos incluindo os impostos (em cascata), os tributos para se manter uma empresa no Brasil, os custos operacionais (aluguel, transporte, armazenamento, combustível e um enorme etc.), os encargos ditos “sociais” e tudo mais que se convencionou chamar de “custo Brasil”.

Aí, sim, a comparação seria mais justa.

2 thoughts on “Preços lá, preços aqui…

  1. Orlando:essa história de que os encargos sociais,principalmente sobre os salários encarecem os produtos,não se justifica,pois estes elevam a folha de pagamentos em cerca de 105% o que é nada se comparados aos salários muito maiores dos americanos mesmo que estes não tivessem encargo algum.Atribuo essa diferença absurda de preços à ganância do governo(impostos)e dos empresários(lucro)incluídos aí os bancos com esses juros pornográficos e que a população sem noção ,concorda em pagar.Para se ter uma idéia,guardei alguns valores que me surpreenderam :há cerca de 4 anos,como não havia no Brasil players de alta definição,comprei o HD-DVD Toshiba HD-A2 de alguém que trouxe para alguém,que trouxe para outro alguém,cada um colocando 100% de lucro em cima do produto e paguei R$2.700,00.Pouco mais tarde,a Semp lançou aqui no Brasil o mesmo aparelho por R$2.999,00,quando custava U$199.00 nos EUA com o dólar perto de R$2,00 então aqui custava 7 vezes mais que lá.Quando fui para comprar na loja o blu-ray Samsung BDP-1000,o preço era R$4.500,00 enquanto custava para os americados U$399.00,então aqui custava o equvalente a 5 aparelhos lá.Nenhum imposto ou encargo social justifica eu ter que pagar por 5 aparelhos para levar apenas 1(ainda bem que nesse dia eles não tinham para pronta entrega então esse eu não comprei).Mais uma:gosto dos óculos de sol da marca Oakley e o modelo Juliet que custa U$300.00(R$480,00) lá,aqui custa R$ 1500,00(U$937.00),sem choro nem vela e,lá é produto”custom”,você monta as armações com as lentes que quiser,coisa que essa empresa não admite aqui.E, olha que os importadores não compram na Bestbuy e,sim,da própria fábrica com preços de atacado,então somos roubados mesmo..Abraço:Rubens.

  2. Isso ainda abre margem para clientes(no meu caso tenho uma empresa de Audio, Video e Automação) desconfiem da nossa honestidade e ainda pior, ficam achando uma maneira de contrabandear equipamentos de fora para nós instalarmos aqui. Perdemos todos: Nós e o distribuidor que ficamos sem vender, o governo que fica sem arrecadar e o próprio cliente que fica sem garantia nem assistência técnica.

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