A notícia de que hackers invadiram os servidores da Sony e roubaram dados dos usuários da rede PlayStation Network ganhou as manchetes há cerca de dois meses. Até agora a empresa japonesa tenta corrigir o problema, agravado por uma série de ataques menores e que já provocou prejuízos superiores a US$ 200 milhões, segundo dados oficiais – sem falar dos danos para a imagem da empresa.

Mas a Sony está longe de ser a única vítima. Neste fim de semana, hackers atacaram também a central da Nintendo, localizada nos EUA; a empresa garante que não foram afetados dados de usuários. Ao estilo dos ataques terroristas, este foi assumido por um grupo chamado Lulzsec, que através do Twitter revelou não ter pretensões de prejudicar ninguém.

Os hackers assumiram também a responsabilidade por ataques às redes da Sony Pictures, da Fox.com e da emissora de TV estatal americana PBS, todos ocorridos na semana passada. Dá para pensar em uma nova forma de espionagem industrial: Sony e Nintendo são concorrentes e disputam o bilionário mercado de games com Microsoft, Sega, Electronic Arts e outros gigantes. Numa investigação policial, todas essas empresas ficariam bem no papel de “suspeitos de sempre”.

Mas, o que dizer de um ataque de hackers aos arquivos do FBI? Bem mais grave, não? Pois foi exatamente o que o tal Lulzsec (abreviatura de Lulz Security) fez no último sábado, segundo o site CBC.news: invadiram os servidores de uma empresa chamada InfraGard, com sede em Atlanta, que presta serviços ao famoso Bureau, e roubaram cerca de 180 senhas de agentes secretos, integrantes do Exército e também técnicos de empresas de telecomunicações que trabalham para o governo americano. Em suma, um belo estrago. Seria uma “pequena vingança” contra a ameaça do Pentágono, divulgada na semana passada, de passar a considerar todo ataque de hackers como “ato de guerra”.

Depois dessa, se alguém ainda ousar falar em segurança na internet, é porque também acredita em duendes.

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