A expressão acima me veio à mente ao conversar com um amigo sobre essa absurda ideia de fechar o Aeroporto Santos Dumont neste sábado, para não prejudicar a transmissão do sorteio das chaves da Copa do Mundo, que acontece ali do lado, na Marina da Glória. A expressão “banana republic” teria sido criada no início do século passado pelo humorista americano William Porter, que escrevia sob o pseudônimo “O. Henry”. Ele se referia aos países latinoamericanos, especialmente da América Central, grandes produtores de bananas e, ao mesmo tempo, historicamente dominados por ditadores e corruptos. Com o tempo, o termo passou a ser usado para designar quase todos os países do continente, inclusive o Brasil, por motivos óbvios.

Dá o que pensar quando um país aceita fechar um aeroporto de uma grande cidade apenas para satisfazer a interesses nada nobres de uma entidade como a Fifa. Vai na mesma linha a demagógica atitude da prefeitura paulistana e do governo do estado de São Paulo, de conceder isenção fiscal ao Corinthians para construir seu estádio. Ou a do governador carioca, Sergio Cabral, de anunciar um “código de conduta” para si próprio, como se ética fosse uma commodity, dessas que cada um usa como bem entender. Ou ainda a dos funcionários do Ministério dos Transportes, que manifestaram solidariedade aos colegas demitidos por atos ilícitos.

Quando um país (ou um povo) não se dá ao devido respeito, o que se pode esperar de ambos? A resposta talvez esteja nesta frase do economista e ensaísta inglês Arnold Toynbee: “O maior castigo para os que não se interessam por política é que serão governados por aqueles que se interessam”.

 

2 thoughts on “República de bananas

  1. Não vejo assim, acho bem legal da parte de Cabral anunciar um código de conduta.

  2. Cabral faz o melhor por nossa sociedade e a cada dia que passa melhora nossas condições de vida dentre a sociedade.

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