Relatório da Associação das Editoras Americanas, referente ao primeiro trimestre do ano, confirma o que já se esperava: as vendas de ebooks superaram, pela primeira vez, as de livros impressos. O faturamento das editoras com livros em versão eletrônica somou US$ 282,3 milhões, contra US$ 229,6 milhões do formato tradicional. Para se ter uma ideia de como o segmento está evoluindo, nos últimos doze meses a receita com ebooks cresceu 28%, enquanto a dos impressos praticamente ficou na mesma (2% de aumento).

É bom notar que os números não se referem às quantidades vendidas, mas sim ao faturamento. Ou seja, as editoras estão ganhando mais com livros digitais, que têm custo de produção bem mais baixo (não há impressão e o sistema de distribuição é muito menos complexo e oneroso). Embora o preço médio unitário dos ebooks tenha subido nos últimos meses, não é isso que explica o resultado – o preço dos impressos não caiu na mesma proporção. A razão mais importante é que a livrarias virtuais estão se espalhando, e de forma cada vez mais agressiva; e a maior delas (Amazon) não para de criar facilidades aos seus usuários.

É uma atitude bem distinta da que se vê no Brasil. Não conheço estatísticas sobre o mercado brasileiro, onde ninguém gosta de divulgar quanto vende. Os dados mais recentes que encontrei são da Simplissimo, empresa que produz e vende livros digitais. Mas informa apenas que o setor aqui é extremamente concentrado (novidade?), com cerca de 30 editoras e meia dúzia de lojas virtuais sendo responsáveis pela maior parte das vendas. O site estima que estejam à venda no Brasil atualmente cerca de 11 mil títulos em português, quando apenas a Amazon mantém disponíveis mais de 3 milhões (em inglês, claro)! Mais detalhes, aqui.

E os preços… bem, não é preciso pesquisar muito para notar a discrepância. Como em quase todos os setores, também somos roubados quando queremos comprar um livro.

2 thoughts on “Livros digitais x livros impressos

  1. To querendo comprar um livro (de papel mesmo) pela internet e o custo do frete fica uns 12 reais (com exceção da Livraria Saraiva, onde o preço do frete dobrou o custo total do livro — 40 o livro e 39 o frete). No formato digital, todo mundo sai ganhando, pois a editora tem menor custo com a produção, como você disse, e eu não pago o maldito frete e tenho o livro na hora (demora uma semana pra chegar aqui no interior do MT).

    O problema é que por aqui e-Reader ainda é caro… enquanto lá nos EUA o Kindle Touch custa U$ 99,00 , aqui um da Positivo custa mais de 600 reais (equivale a uns 20 livros). Tablet então nem se fala. Tem que vender um rim pra comprar um e um mês depois já fica defasado.

    É triste a vida de pobre que quer ler um livro…

  2. Enquanto isso, as revistas abril para ipad são mais caras que as impressas. É o Lisarb (Brasil, um país ao contrário) falando mais alto.

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