Tivemos um saldo mais do que positivo da 3a. Expo PredialTec, realizada em São Paulo há duas semanas. A maioria das pessoas com quem conversei saiu satisfeita, seja pelos resultados em termos de negócio, seja pelos contatos realizados. Conheci muita gente, inclusive estrangeiros, que se confessaram admirados com o potencial do mercado brasileiro de automação residencial (e, por extensão, predial). O que, para os leitores, não deve ser novidade, pois já comentamos aqui algumas vezes.

Duas notícias divulgadas durante o evento têm a ver exatamente com esse potencial. Um dos expositores que surpreendeu muita gente foi a KNX Association. Com sede em Bruxelas, essa entidade foi criada para normatizar e promover o padrão KNX de comunicação, visando à integração entre todos os aparelhos eletrônicos – do TV ao computador, do receiver ao sistema de automação. Reúne cerca de 300 empresas, de 33 países, que são basicamente fabricantes de controles para iluminação, ar condicionado, segurança, áudio/vídeo, monitoramento de energia etc. Heinz Lux, portavoz do grupo, deu palestra no Congresso HABITAR, da Aureside, e demonstrou num belo estande os benefícios do padrão (vejam este vídeo). Mais do que isso, montou uma filial brasileira, a KNX Brasil, presidida por Rodrigo Garcia, da Schneider Electric, encarregada de disseminar essa tecnologia pelo país.

Num outro espaço da feira estavam equipamentos que utilizam o padrão Z-Wave, este sem fio e já conhecido no país. Jean De Simone, proprietário da Flex Automação  e representante da Z-Wave Alliance, consórcio com sede nos EUA que administra a marca em todo o mundo, foi nomeado “evangelista” do padrão para toda a América Latina. Outra prova de que o Brasil está mesmo sendo encarado com mais respeito por essas entidades. Ambas, concorrentes, planejam investir em treinamentos e informação técnica para convencer os profissionais brasileiros a adotarem seus respectivos padrões (há um terceiro, o Zigbee, que não participou do evento).

Ainda vamos falar mais a respeito, mas o que ficou claro após conversar com essas e outras pessoas da área é que o Brasil está apenas no início de um ciclo de adoção da tecnologia em residências e ambientes de trabalho. Estima-se que só o setor de hotelaria está investindo mais de R$ 1 bilhão em recursos tecnológicos, visando a Copa do Mundo e a Olimpíada, o que abre grandes portas a projetistas, instaladores, consultores e demais profissionais especializados. Um executivo com quem conversei me confidenciou ter fechado contrato multimilionário para implantar todo o sistema de iluminação de um dos estádios da Copa.

São oportunidades que um país necessitado de crescimento não pode desperdiçar. “O Brasil de hoje é tudo que um empresário arrojado e com dinheiro para investir pode desejar”, me disse um dos estrangeiros que encontrei na Expo PredialTec. Vamos ver se os brasileiros sabem aproveitar a deixa.

 

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