Decididamente, a velha frase atribuída a Steve Jobs, de que o Brasil não merecia seus investimentos, nunca fez tanto sentido quanto agora. Depois de perder sua marca mais valiosa (iPhone) para a Gradiente, caso ainda passível de reversão na Justiça, a Apple se vê diante de novo inbroglio jurídico. Um tal de IBDI (Instituto Brasileiro de Direito da Informática), do qual confesso nunca ter ouvido falar, entrou nesta quinta-feira com ação coletiva na 12a. Vara Cível do Distrito Federal acusando a empresa americana de “prática comercial abusiva”. A acusação se refere ao lançamento do iPad 4, em outubro do ano passado, sete meses depois de seu antecessor, o iPad 3.

A notícia, de tão esdrúxula, está agora em alguns dos principais sites de tecnologia americanos. Mais ainda porque o IBDI pede que a Apple indenize “todos os consumidores” que adquiriram o iPad 3. A alegação é que a Apple “quebrou o paradigma” de seus lançamentos anuais e não avisou os consumidores brasileiros. “O consumidor achava que estava comprando um equipamento de ponta, sem saber que já era uma versão obsoleta”, disse o advogado do IBDI, Sergio Palomares.

Por que essa ação foi ajuizada somente agora, e não na época do lançamento, não foi explicado. Mais estranho ainda: procurado pelo site Techlinhas, o IBDI informou que não sabe da ação, que só foi publicada pelo Jornal do Comércio, de Porto Alegre; o Instituto inclusive a desmentiu, através do Twitter. Mas o advogado Palomares confirmou tudo.

De duas uma: ou esse advogado é mais um espertalhão, que quer ganhar dinheiro fácil, ou o IBDI tem dinheiro de sobra para gastar com ações judiciais.

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