broadband-InternetA cada nova estatística, amplia-se o fosso que separa o Brasil dos países mais avançados em tecnologia. Ao mesmo tempo, o país sobe degraus no ranking de número de usuários. Não é necessário ser expert para perceber que o problema está na má gestão dos recursos destinados ao setor. Pior do que isso: na falta de uma política integrada, e necessariamente de longo prazo, que permita utilizar as inovações tecnológicas como vetores do crescimento econômico.

O último estudo da Akamai, empresa americana que é hoje uma das mais respeitadas nesse campo, é bem ilustrativo. Dos 238 países conectados à plataforma da empresa, o Brasil ocupa um vergonhoso 89° lugar no índice de velocidade média de banda larga, atrás – só para citar alguns exemplos – de Peru, Equador, Romênia e Tailândia. Foi o país que mais cresceu no número de endereços IP (43% em um ano), é terceiro entre os que mais usam a internet (à frente, apenas EUA e China), mas é um dos campeões (7° lugar) como fonte de ataques de hackers às redes.

O mais incrível é que essas colocações poderiam ser piores. Os rankings incluem apenas os países onde há pelo menos 25 mil endereços. A média de conexão brasileira (2,9 Megabits por segundo) está bem abaixo da média latinoamericana, que chegou a 5,6Mbps no segundo trimestre do ano. Uruguai, Chile e até Argentina conseguiram aumentar suas velocidades médias a taxas superiores a 30%, enquanto o Brasil cresceu somente 11% em relação ao primeiro trimestre. Tudo isso considerando que o período (abril-junho) foi exatamente o da Copa do Mundo, quando teoricamente deveríamos ter melhorado bastante esses indicadores.

O relatório da Akamai é bem abrangente. Analisa também as conexões de internet móvel. De novo, goleada: na Coreia do Sul, a velocidade média é de 15,2Mbps, enquanto no Vietnã, o pior da lista, fica em 0,9Mbps. Brasil: 1,5Mbps. Nosso país também está no grupo em que a adoção da banda larga móvel é mais baixa (0,5%). Aqui, é importante registrar que a Akamai só considera de fato “banda larga” as conexões a partir de 4Mbps. No Brasil, 0,5% dos usuários conseguem isso.

Por fim, a pesquisa levantou o chamado 4K Readiness, como é chamado o nível de capacidade de cada país para permitir streamings de vídeo nessa resolução. Aqui, nenhuma surpresa. A Akamai considera que o mínimo necessário para isso são 15Mbps, e somente 12% dos países pesquisados cumpre esse requisito. O ranking inclui 51 países, e o Brasil fica em 49° lugar, com 0,6% de capacidade. Difícil de acreditar, mas caiu em relação ao trimestre anterior, quando era 45° com 0,3% de capacidade.

Conclusão: enquanto os outros avançam, o país parece andar para trás!!! E, pelo que se vê nas campanhas eleitorais, nenhum dos candidatos têm a menor ideia do que fazer para diminuir o abismo.

Bem, esse é o triste quadro. Para quem quiser mais detalhes, o relatório pode ser visualizado neste link.

3 thoughts on “89° lugar em banda larga: acredite!

  1. Olha…, se lá o nome da empresa é Akamai, aqui no Brasil é “Acalmai” do ditado “muita calma nessa hora”. E é justamente nessa hora que o Brasil não poderia ter calma.
    Realmente é uma vergonha para o país. É mais uma justificativa para mudar o voto, por que não?

  2. Se a Akamai só considera conexões a partir de 4Mbps, como é que a média do Brasil pode ser 2,9Mbps? Entendi alguma coisa errada?
    E outra, internet móvel com banda larga de 1,5Mbps? Caramba! Onde isso? Tem pessoal com banda ultra larga pra balancear a da minha cidade e chegar nesta média.

  3. Olá Oziel, a Akamai classifica como “banda larga” somente conexões a partir de 4Mbps, mas pesquisa todo tipo de conexão, tanto que há países em posição pior do que o Brasil. Abs. Orlando.

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