Claro, este não é um site sobre esportes, nem costumamos comentar as transmissões de jogos, a não ser em eventos especiais como a Copa e as Olimpíadas. Nessas ocasiões, chamam atenção a qualidade técnica e os recursos alocados pelas emissoras. No dia a dia, porém, o que mais se destaca é a crescente importância do futebol internacional nas grades de TV aberta e fechada.

A final da Champions League, no último dia 6, foi um marco em vários aspectos. A audiência mundial passou dos 500 milhões de pessoas, se for incluído o acesso pela internet; na Globo, foi a mais alta dos últimos anos no horário (sábado à tarde); as imagens e o clima do estádio foram minuciosamente captados pelas câmeras e microfones, como raramente se viu antes; milhares de pessoas foram aos cinemas para assistir ao espetáculo – e que espetáculo! – em tela gigante; e a transmissão foi a última da ESPN, já que o canal da Disney perdeu os direitos do evento, agora pertencentes à Turner.

Depois de adquirir, no ano passado, o controle do Esporte Interativo (EI), o grupo americano – também proprietário de canais como TNT, Cartoon, CNN e Warner, entre outros – vem com tudo para o segmento de esportes. E, neste, como se sabe, eventos ao vivo são a maior atração. A partir de agosto, os brasileiros que gostam da Champions League precisarão ter em seus pacotes de TV paga o canal EI Max, novo nome do Esporte Interativo.

Em entrevista ao colega André Mermelstein, do site Tela Viva, o responsável pelo projeto, Edgar Diniz, que está negociando com as principais operadoras, revela que a Turner pagou 50% a mais do que pagava a ESPN nos últimos anos para ter os direitos de transmitir a festa europeia (que começa em agosto e termina em junho). “O valor dos direitos esportivos está mesmo subindo no mundo todo. Queria poder dizer que isso vai estacionar, mas não vai, porque este conteúdo, de esportes ao vivo, vem sendo visto pela indústria como cada vez mais importante, já que o entretenimento (filmes e séries) tende a migrar para on-demand e OTT”, explica Diniz.

Pois é, filmes, séries e conteúdos de entretenimento tendem a migrar para a internet, ficando a TV com esportes e jornalismo – não é algo novo, mas agora o público brasileiro vai saber como funciona na prática. O fã de esportes, que aprendeu a gostar da ESPN (pioneira na cobertura regular de esportes internacionais), só espera que a qualidade das transmissões – incluindo narradores, comentaristas e repórteres – não seja prejudicada pela mudança.

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