Os fabricantes de TVs foram derrotados em mais uma etapa da implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Nesta segunda-feira, o Fórum SBTVD aprovou a inclusão do módulo de interatividade Ginga C nos conversores que serão distribuídos aos integrantes do programa Bolsa Família.

Como já havíamos comentado aqui, o governo decidiu que esses conversores serão doados (sem custo) às cerca de 14 milhões de famílias cadastradas no programa. Como não existe almoço grátis, os fabricantes terão que embutir a interatividade nos aparelhos, que o Ministério das Comunicações (ou alguém em nome do governo) irá adquirir para a distribuição gratuita.

A versão C é a mais avançada do Ginga, e só precisa agora ser homologada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para se tornar “oficial”. Também já comentamos que o chamado middleware de interatividade nunca foi prioridade do governo, até porque não deu certo em nenhum país que adotou a televisão digital. Em plena era da internet e das smart TVs, chega a ser nonsense obrigar os fabricantes a isso.

De qualquer forma, foi uma vitória das emissoras, que detêm o maior poder dentro do Fórum – embora a versão oficial diga ter sido uma “decisão consensual”. Uma outra batalha, bem mais árdua, está sendo travada entre emissoras e operadoras de celular. Estas, através da EAD (Entidade Administradora da Digitalização de TV), é que devem, pela lei, bancar os custos da transição da TV analógica para a digital. Mas, nos bastidores, a disputa é intensa para empurrar a despesa com os conversores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *