Nunca antes na história deste país houve tantas reuniões em Brasilia para tratar das relações governo x empresas. Em meio à mais grave crise política dos últimos vinte anos, agravada por uma crise econômica para a qual ninguém vê saída a médio prazo, políticos, empresários, lobistas e funcionários do governo têm vivido dias frenéticos. Mesmo aqueles (poucos) que não se sentem ameaçados pelas investigações da Justiça temem pelo futuro.

No segmento de tecnologia, agravaram-se as desavenças entre governo, fabricantes e prestadores de serviço, muito em função do aumento da carga tributária. Como se sabe, no final de junho o Congresso aprovou a revisão da desoneração sobre a folha de pagamentos para o setor: quem paga hoje 1% passa a recolher 2%; e quem está em 2% sobe para 4,5%. Tudo em nome do ajuste fiscal.

Naturalmente, a gritaria vem sendo enorme (vejam aqui). Na semana passada, executivos das operadoras de telecom foram a Brasilia pressionar para que a situação não piore ainda mais: o governo pensa aumentar em nada menos do que 189% o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), que incide sobre as contas de telefone (detalhes neste link).

Querem mais? Dois anos atrás, na euforia eleitoral, o governo isentou de PIS, Cofins e IPI os investimentos em ampliação da rede de banda larga. Era o chamado REPNBL (Regime Especial de Tributação do Plano Nacional de Banda Larga). Muitas empresas acreditaram. Em doze meses, o Ministério das Comunicações aprovou um total de 1.048 projetos, que somam R$ 10,7 bilhões, segundo o site Convergência Digital. Agora, sempre em nome do superávit primário, o governo quer eliminar as isenções.

1 thought on “Impostos: salve-se quem puder

  1. Desde os tempos do empréstimo compulsório sobre combustíveis e viagens internacionais que o governo prometeu devolver mas nunca o fez,não acredito em nenhuma promessa deles.Tenho vontade de investir no Tesouro Direto mas também tenho certeza que quem o fizer,mais cedo ou mais tarde vai levar um calote…
    Não sei como empresários experientes ainda caem nessa…
    Quanto`a crise,não vejo saída nem em longo prazo pois trata-se de um quadro de estagflação onde as vendas caem e mesmo assim os preços sobem.
    Trata-se de uma crise de credibilidade pois os investidores internacionais duvidam da capacidade desse governo em solucionar a crise,por isso levam seu dólares embora,aumentando sua cotação e realimentando a inflação.
    Só a substituição desse governo por outro com maior credibilidade para reverter essa situação…

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