Um dos efeitos perversos da crise econômica brasileira é o de retardar decisões sobre investimento. E um setor particularmente afetado é o de telecom. As conversas de bastidor, envolvendo inclusive grandes fundos internacionais, esfriam quando se olha para Brasilia. O consenso é que, por enquanto, não há muito o que fazer. Além de conversar, é claro.

Os grupos Telecom Italia (Tim), TMar e Pactual (controladores da Oi) discutem uma possível fusão, aparentemente a única saída para as duas operadoras, hoje “espremidas” pelas gigantes América Móvil e Telefônica/Vivo. O caso da Oi é bem mais complicado, por causa de suas ligações com a Portugal Telecom – mais detalhes aqui. Há até um investidor russo na história.

Já a americana AT&T, que no ano passado assumiu o controle da DirecTV e tinha planos ambiciosos para o Brasil (onde comanda a Sky), parece ter congelado essa ideia. A Sky está sendo uma das mais atingidas pela inadimplência na TV por assinatura, até porque lidera o segmento DTH (satélite), que vinha sustentando o crescimento desse setor nos últimos anos. Boatos já indicam que o grupo pensa vender a Sky Brasil, mas o projeto da AT&T continua sendo entrar na telefonia celular, só que não agora.

Por ordem da matriz mexicana, a Claro desabilitou quase 1 milhão de assinantes de celular pré-pago no último trimestre (julho a setembro), além de sofrer impacto semelhante ao da Sky na TV por assinatura. O grupo América Móvil mandou segurar as contas.

E, por fim, a Nextel foi colocada à venda. O grupo NII Holdings já se desfez de suas operações no México e em três países sul-americanos, e busca comprador para o braço brasileiro, que acumula prejuízos. Nos EUA, o NII está em recuperação judicial, com dívidas de quase US$ 6 bilhões. Mais detalhes aqui.

Tudo isso em meio à alta do dólar, que afeta todo mundo. Invista-se com um barulho desses.

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