O amigo e colega Luiz Ruffato, premiado escritor, não foi nada irônico ao escrever no site do El País que a maior herança que a Copa de 2014 nos deixou foi, talvez, o zika vírus. Foram os turistas estrangeiros que o trouxeram naquele ano, segundo o então ministro da Saúde. Pode ter sido exagero. Há outros legados.

Quem consulta os dados oficiais pode ficar animado, como neste exemplo. Mas, como no caso do estádios da Copa, as contas não estão fechando. A Prefeitura entrou em disputa judicial com uma das construtoras contratadas, que atrasou obras e demitiu funcionários. Os valores envolvidos ainda terão que ser apurados pelos órgãos de fiscalização, mas provavelmente só depois do evento, como geralmente acontece. Este levantamento dá uma boa ideia do alarme.

Há também problemas trabalhistas, que só vêm se agravando com a crise econômica, como mostra esta reportagem da BBC Brasil. Infelizmente, nada disso é novidade. Porém, se a Copa ainda ocorreu num momento de ilusória euforia, alimentada por certos governantes e uma parte da mídia, a Rio-2016 terá que acontecer num ambiente completamente diverso. Talvez não tenhamos um novo 7×1, mas, com tanta notícia ruim, quem se arrisca a dar palpite?

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