Assistir à Olimpíada com o controle remoto na mão é um perigo. A julgar pelos primeiros dias, a chance de “viciar” é enorme. São 25 canais transmitindo de tudo, em quadras, campos, piscinas, pistas, tablados e tatames. Fora as reprises. O efeito zapping tem algo de neurótico. Fica mais difícil se concentrar, e parece maior a expectativa pelos momentos decisivos, como as disputas por medalhas. Quando você vê, já passou duas ou três vezes por todos os canais, só para descobrir que os americanos ganharam mais uma medalha na natação.
Para quem se interessa por tecnologia, uma diversão sádica é ficar procurando falhas nas transmissões – como se os milhares de profissionais que participam da cobertura fossem imunes aos erros. Nem Michael Phelps é. Particularmente impressionantes são as tomadas sob a água, que permitem observar em detalhe o grau de esforço e a perfeição dos movimentos dos atletas (sem falar no efeito plástico da própria água).
Após 20 ou 30 minutos apertando o controle remoto e misturando rúgbi com polo aquático, não é fácil desligar. O que é ótimo, se você não tem que trabalhar. E pense bem: pior é a situação daqueles que se aventuram pelo mundo multimídia, e são impiedosamente atingidos por centenas de mensagens, tuítes, apps e compartilhamentos, tudo falando de Olimpíada. Esses, acho que só vão dormir depois do dia 21.
Mais ou menos como o lutador da foto, que aliás foi publicada no primeiro dia dos Jogos. Era só o começo!