Como se previa, não houve mesmo acerto entre acionistas e credores da Oi, apesar da intermediação do governo. A intervenção pode ser oficializada a qualquer momento. Na última terça-feira, empresário Nelson Tanure, maior acionista individual da empresa, conseguiu reunir uma “bancada” de congressistas para conversar pessoalmente com o presidente Temer. A ideia era que o governo autorizasse aliviar a dívida da Oi com a Anatel, que já passa dos R$ 11 bilhões (a dívida total é superior a R$ 65 bi). Nada feito. Seria um péssimo sinal para todo o mercado.

O problema é que Tanure controla o Conselho de Administração e não abre mão disso. A empresa já recebeu diversas propostas de compra, como relata o jornal O Globo, mas em todas o empresário teria que se afastar – e, claro, se responsabilizar pela quitação da dívida. Na última reunião de acionistas, o clima esquentou e o diretor financeiro acabou se demitindo (ou sendo demitido).  

Sim, do desesperado governo Temer tudo se pode esperar. Mas a intervenção, admitida esta semana até pelo ministro das Comunicações, talvez ajude a acalmar os credores, pois seria uma espécie de blindagem contra as pressões de Tanure e demais acionistas (vejam esta análise detalhada do colega Samuel Possebon). O risco é que, ao intervir, o governo seja obrigado a colocar dinheiro numa empresa que, embora endividada, possui a maior rede do país e atende mais de 40 milhões de usuários. Talvez não haja outra saída, como fica claro aqui.

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