Entre tantas datas comemorativas deste ano, uma das mais marcantes é a lembrança dos 50 anos do Festival de Woodstock, celebrados neste fim de semana. Foram quatro dias de verão (15 a 18 de agosto) no terreno de uma fazenda de gado em Bethel, estado de Nova York. Era um lugar tranquilo até então. Era. Os cálculos mais aceitos indicam que cerca de 500 mil pessoas passaram por ali naquele período, 6a a 2a, deixando um saldo monumental de lama (houve chuvas torrenciais), lixo e mau cheiro, este só superado pelo que produziam as vacas de mr. Max Yasgur, dono da fazenda.

Foi Yasgur o único na região que aceitou oferecer seu terreno – cerca de 2,5 milhões de metros quadrados – para a realização do Woodstock Music & Art Fair, título tirado de uma cidade próxima onde, aliás, os organizadores não obtiveram apoio para o evento. Como sabemos todos, o nome virou ícone: o Festival de Woodstock, como passou a ser chamado, transformou-se em happening, como se dizia na época, marcando a primeira vez em que se juntaram música, sexo e drogas num espaço tão grande.

Toda uma geração foi impactada pelo evento, mesmo aquelas que jamais estiveram em Woodstock. Nunca antes tanta gente havia se juntado daquela forma. E nunca mais se conseguiu reunir, como ali, um lineup tão farto de nomes revolucionários da música: Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Santana, Grateful Dead, The Band, Jefferson Airplane… ufa! Numa verdadeira proeza tecnológica, quase todas as apresentações foram gravadas com excelente qualidade de áudio, gerando um disco oficial lançado primeiro numa caixa com 5 LPs, mais tarde outra caixa com 3 CDs e uma infinidade de registros fragmentados.

O documentário Woodstock – Três Dias de Paz e Amor, de Michael Wadleigh, teve enormes bilheterias nos cinemas, ajudando a difundir o mito do faça-amor-não-faça-guerra, consagrado em milhões de camisetas mundo afora. Para completar a aura mística, duas das estrelas mais aplaudidas do festival – Hendrix e Janis – vieram a morrer pouco tempo depois, ambos aos 27 anos, ambos vencidos pelas drogas. 

Bem, além do doc oficial, existe uma boa variedade de vídeos documentando aqueles quatro dias (alguns aqui). Mas o clássico de Wadleigh ganhou vários prêmios por suas inovações na captação de imagens ao ar livre, com câmera na mão e em condições climáticas totalmente adversas. Já no caso do áudio, uma empresa que se tornou cult no mundo dos eletrônicos também tem parte de sua história ligada a Woodstock: a McIntosh. Recentemente, o site CE Pro foi ouvir Bill Hanley, o engenheiro de som que montou o palco onde Hendrix, entre acrobacias à guitarra, tocou o hino nacional americano em levada blues-rock.

Hanley, que também trabalhou em outros eventos históricos como o Festival de Jazz de Newport e os concertos Fillmore East, em Nova York, escreveu um livro chamado Woodstock: The Oral History, contando os bastidores da montagem do equipamento: amplificadores McIntosh e caixas acústicas Altec, totalizando 10.000 Watts, o que, segundo ele, equivaleriam hoje a algo entre 125 e 150.000 Watts (foto acima). Uma super façanha para a época.

Não é à toa, portanto, que Hanley após Woodstock ganhou o apelido de “pai do som de festival”. 

1 thought on “De volta a Woodstock

  1. Com certeza, foi uma época marcante, onde tinha artistas de primeira linha com o velho e bom Rock n´Roll. Hoje, por mais que tentem replicar esse evento, jamais chegarão aos pés da verdadeira e ÚNICA Woodstock.

    Mas independente do estilo musical, a tecnologia atual permite fazer verdadeiros e belos eventos como a música eletrônica com incríveis tecnologias para luzes, imagens, palcos temáticos transmissão e etc, exemplo disso são alguns organizadores de eventos como Tomorrowland e UMF (Ultra Music Festival) dentro outros especializados em música eletrônica e Trance Music que promovem esses espetáculos com artistas desconhecidos que fazem sucesso e desaparecem em poucos meses, ao contrário das lendas do Rock n´ Roll que mesmo após 50 anos ainda fazem sucesso até hoje, mesmo com algumas lendas mortas como Jimmi, Jane, Morrisson, Elvis dentre outros grandes nomes – São conceitos diferentes.

    Oque seria da vida, se não houvesse a música?

    Sou apaixonado por música (Música boa) e cheguei nessa linha de pensamento com a frase abaixo que eu criei, em um inesperado momento conectado com esse ´´sentimento´´ chamado música:

    ´´A Música tem o poder de mudar o mundo, o dia, e principalmente o seu estado emocional, eu acredito nesse poder, e você´´.

    Ab$ a todos.

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