Com tantas fraudes eletrônicas, invasões, hackeamentos e vírus atingindo as redes, a peste das fake news chega também – como não? – ao mercado de tecnologia. O caso mais recente é o do aplicativo Zoom, que nos últimos anos roubou bom espaço de gigantes como Microsoft, Cisco e até Google oferecendo uma solução de colaboração audiovisual extremamente prática e eficiente.

Como já vimos tantas vezes, bastou um deslize para colocar os donos do app contra a parede. Bem, não foi uma falha qualquer: na primeira reunião online do gabinete britânico, liderada pelo primeiro-ministro Boris Johnson, imagens e dados confidenciais do governo vazaram para a conta de Johnson no Twitter. Pode ter sido falha humana (o caso ainda está sendo investigado), mas não se exclui a hipótese de uma vulnerabilidade do app; que, por sua vez, pode ser decorrente do excesso de uso. Vejam aqui os detalhes.

Segundo o presidente da Zoom, Eric Yuan, o número de usuários do app aumentou de 10 milhões em dezembro para 200 milhões em março, um crescimento muito maior, por exemplo, do que tiveram no passado apps equivalentes de grandes marcas, como Skype, Teams (da Microsoft) e Hangouts (Google). Com as quarentenas da COVID-19, muito mais gente adotou reuniões online, e o Zoom – que é compatível com qualquer sistema operacional e não exige grandes habilidades para configuração – virou líder no segmento.

E por que isso tem a ver com fake news? A suspeita entre alguns experts é que as gigantes do mundo digital podem estar por trás das falhas no Zoom, algo que talvez nunca seja provado. É uma situação similar à que vivemos nós no Brasil recentemente, quando a rede de hospitais Sancta Maggiore, de São Paulo, quase caiu em desgraça ao se revelar que mais de metade das mortes por coronavírus no Estado aconteceram em uma de suas unidades.

Esses hospitais pertencem à Prevent Sênior, empresa de convênios médicos que cresceu muito nos últimos anos ao priorizar o atendimento a pessoas com mais de 60 anos, com custos inferiores aos dos planos de saúde mais conhecidos. O próprio ministro da Saúde acusou a empresa em rede nacional de televisão, o que levantou suspeitas, já que ele, no passado, trabalhou para uma concorrente (como mostra esta reportagem).

Mais uma fake news? Pode ser. O que só reforça a necessidade – que agora passou a ser questão de sobrevivência – de se procurar o máximo possível de informações antes de tomar uma decisão ou sair por aí espalhando fofocas e rumores. Contra falsas informações, só há um remédio: mais informação.

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