Esta 2a feira 03 de abril marca o cinquentenário daquela que talvez tenha sido a mais importante invenção tecnológica do século 20. Foi em 1973 que o engenheiro Martin Cooper, da Motorola, saiu de seu escritório em Nova York levando um “telefone portátil”, objeto que na época era tema de ficção científica; da rua, ele ligou para Joel Engel, chefe de pesquisas da concorrente AT&T, que quase caiu da cadeira ao ouvir a voz do rival.

“Estou ligando de meu celular”, gritava Cooper em meio ao ruído dos automóveis passando. “É um tijolinho de quase 1kg, mas eu consigo ouvir perfeitamente a sua voz. E você, me ouve”? Do outro lado da linha, Engel não sabia o que dizer. Mas, ali, percebeu que a corrida para ser a primeira empresa a lançar um telefone móvel – ainda não se usava a palavra “celular” – estava ganha pela Motorola.

A história completa é relatada no meu livro “Os Visionários – Homens que Mudaram o Mundo através da Tecnologia”, lançado em 2011. Cooper, que tinha então 44 anos, certamente é uma dessas figuras, só que com um detalhe que poucos registraram: sua invenção só chegou mesmo ao mercado, anos depois, graças ao esforço de uma mulher, Arlene Harris, herdeira da maior operadora telefônica da Califórnia na época, e que viria a ser sua esposa. Foi ela quem primeiro apostou na ideia (e também na simpatia) de Cooper.

Em fevereiro, durante o evento MWC em Barcelona, o hoje aposentado Cooper, 94 anos, posou para a foto acima: numa mão, um iPhone; na outra, o velho DynaTac lançado pela Motorola em 1982, idêntico àquele que o inventor mostrara nove anos antes.

A história, contada na TV

Uma feliz coincidência: a primeira exibição pública do celular aconteceu no mesmo mês (abril) em que foi ao ar o primeiro Globo Repórter, programa jornalístico da TV Globo que está completando 50 anos. Quem não viu a edição comemorativa na última 6a feira 31/03 não deve perder a chance de vê-la no Globoplay.

O roteiro parte dessa data coincidente para mostrar todos, ou quase todos, os enormes avanços tecnológicos das últimas cinco décadas. Reproduz trechos de programas antigos em que o tema “tecnologia” foi destaque. É um primor de pesquisa e edição, valorizadas pelo espetacular arquivo de imagens da emissora, que permitiu resgatar momentos como a chegada do computador e do videocassete ao Brasil, nos anos 80; do smartphone e sua quintessência, o iPhone (2007); depois a internet e as redes sociais, já com uma ponta da Inteligência Artificial que começa a dominar o mundo.

Literalmente, uma viagem! Que com certeza seria bem diferente não fosse aquele “tijolinho” criado por Cooper e sua equipe.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *