Novos dados vêm mostrando a expansão mundial do conceito “casa inteligente”. E o Brasil não está fora desse processo. Embora a maioria das empresas evite divulgar números, algumas consultorias – americanas, europeias e asiáticas – estimam que, em 2025, esse mercado começa a ter forte crescimento na maioria das regiões.

Comparando os vários estudos divulgados recentemente, fiquei impressionado com um relatório chamado SNS Insider, da consultoria S&S (Strategy&Stats), baseada no Texas. Foram levantados dados de quatro regiões: Américas, com foco em EUA, Canadá, México, Brasil, Argentina e Colômbia; Europa (Ocidental e Oriental); Ásia-Pacífico (com China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e alguns outros); e o chamado MEA (Oriente Médio e os principais países da África).

Tudo somado e dividido, chega-se ao tamanho do mercado global de automação residencial, estimado em US$ 101,1 bilhões para 2023, com potencial de crescer em média 25% ao ano até 2032. Em dez anos, chegará a US$ 755,8 bilhões!

 

11 produtos estratégicos

 

Imaginar 25% de crescimento por ano pode ser excesso de otimismo dos pesquisadores (ou de seus clientes, que precisam comprar essas pesquisas). E é certo que levantamentos tão abrangentes sempre trazem o risco da imprecisão. Mas esse, pelo menos, fornece alguns indicadores de resguardo. Por exemplo: tudo foi calculado a partir do desempenho de 11 empresas que atuam no segmento smart home. A saber:

*Amazon, com sua linha de caixas Echo;

*Google, com os termostatos Nest;

*Apple, com o HomePod;

*Samsung e seu hub SmartThings;

*Philips, com a linha Hue de lâmpadas inteligentes;

*LG, com os refrigeradores da plataforma ThinQ;

*Xiaomi, do hub Mi Smart Home;

*Ring, sucesso em vários países com seu porteiro eletrônico Video Doorbell;

*Bosch, que tem a plataforma Smart Home Controller;

*Siemens, idem com o HAS (Home Automation System);

*Legrand, que produz controles inteligentes para iluminação;

Completam a lista marcas de menor alcance, comercializadas apenas em certos países: Ecobee (Canadá), ADT e Arlo (EUA). O critério foi levantar os números de venda desses produtos em cada país e cruzar esses dados com os registrados nos quatro anos anteriores (2020-23), ajustando fatores geoeconômicos como nível de urbanização e conectividade.

 

Casas inteligentes no Brasil

 

Não há números específicos sobre cada país – esses dados são reservados para empresas e clientes da S&S, que pagam caro por isso. Sobre o Brasil, tive que cruzar as análises com outro levantamento da Statista, plataforma online sediada na Alemanha que coleta e organiza dados de pesquisas em vários segmentos.

Nesse estudo, o mercado brasileiro foi estimado em US$ 1,85 bilhão em 2023, chegando a US$ 2,91 bilhões em 2029. E, para completar, cita estes dados da consultoria californiana CoherentMi: estimativa de receita do segmento smart home no Brasil em 2024 – US$ 1,846 bilhão. Projeção para 2025 – US$ 2,127 bilhões (15% de crescimento). Esperado até 2029: 10,4% por ano, em média.

Não são aqueles 25% lá de cima, mas estaria satisfatório para um país com tantos problemas a resolver. E ainda seria preciso esclarecer o que pode ser considerada, de fato, uma casa inteligente. Mas isso é tema para outro post.

 

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