Desde que foi anunciado o afastamento definitivo de Fidel Castro, em 24 de fevereiro, o governo cubano vem anunciando uma medida atrás da outra no caminho da liberalização. São bons sinais, embora seja preciso esperar ainda mais para saber se a abertura é pra valer.

Primeiro, foi a autorização do uso de celulares – algo que até o mês passado só era permitido na ilha a altos funcionários do governo e a turistas estrangeiros. Com uma ressalva: as contas têm que ser pagas em “peso conversível”, que vale 24 vezes o peso comum, sendo este último o que paga os salários dos trabalhadores cubanos. Ou seja, os pobres lá vão continuar sem celular por um bom tempo.

cuba23.jpgDepois, o governo autorizou as pessoas a alugarem carros e se hospedarem em hotéis antes restritos a estrangeiros. Agora, nesta 3a. feira, diz a agência de notícias EFE que algumas lojas começaram a vender eletrodomésticos como TVs e DVD players, também artigos proibidos até outro dia. O próprio presidente Raul Castro prometeu que na semana que vem será autorizada a venda de computadores. Na foto, consumidores cubanos diante de uma loja de TVs.

O maior sucesso no comércio de Havana, porém, são os ciclomotores, aquelas bicicletas motorizadas que no Brasil há muito perderam espaço para as motos. A EFE entrevistou um certo Ariel, funcionário de uma empresa estrangeira na capital cubana, que logo após comprar um ciclomotor para sua esposa comentou: “Esta foi a melhor coisa que aconteceu na ilha nos últimos 49 anos”.

Pois é, parece que finalmente Cuba chegou ao século passado.

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