philips.jpgA notícia de que a Philips terceirizou as vendas de TVs no maior mercado consumidor do mundo (o americano) não foi propriamente uma surpresa. Há três anos o grupo decidiu que, ao contrário de seus maiores concorrentes, não valia a pena entrar numa guerra de preços que, no longo prazo, pode até colocar em risco o próprio negócio. E resolveu focar em duas áreas: lifestyle e healthcare.

A primeira engloba produtos de consumo de alto valor agregado, ou seja, itens mais sofisticados e mais caros que a concorrência, mas com forte apelo de design e soluções inovadoras. É assim a nova linha de TVs Aurea, que será apresentada ao público brasileiro no final deste mês. Para quem tiver curiosidade de ver, vale a pena este vídeo.

philips2.jpgAlém dos produtos abrigados sob a bandeira healthcare (cuidados com a saúde), a Philips ainda aposta muito no setor de iluminação, em que continua sendo líder mundial. Mas no ano passado o grupo se desfez de sua divisão de componentes, e agora cedeu à japonesa Funai os direitos para comercializar nos EUA toda a sua linha de TVs (veja aqui a notícia). O que significa abrir mão de um mercado estimado em mais de US$ 30 bilhões. É, porém, um mercado em que as margens de lucro são cada vez mais baixas, e não apenas nos EUA.

Segundo o The Wall Street Journal, o grupo teve crescimento de 75% no início deste ano, nas áreas de helthcare e iluminação, mas no balanço final acabou tendo resultado bem abaixo do esperado – e isso graças à queda nas vendas de TVs, não tanto em unidades, mas em valores. Vejam só os dados do WSJ: lucro líquido de US$ 344 milhões no primeiro trimestre de 2008, contra US$ 1,3 bilhão no mesmo paríodo de 2007.

Não é à tôa, portanto, que a decisão é concentrar-se em poucas áreas e tentar fazer o melhor possível com elas. Abraçar o mundo, diz a Philips, não dá mais.

3 thoughts on “Philips fora do mercado de TVs?

  1. No Brasil a Philips largou o mercado especializado faz tempo. No passado próximo fazia convenções e mantinha um discurso de investir nas pequenas lojas especializadas, que apesar de venderem pouco, eram formadores de opinião. Este discurso ficou só no marketing, pois os queridinhos (da maioria dos fabricantes) sempre foram as grandes redes que vendem muito. Mesmo sabendo que estas possuem um grande publico, porém nada fiel, diziam apostar nos especializados com seu publico exigente, para manter uma imagem de empresa de ponta. Hoje… que se danem os especializados, pois a moda é vender para a classe C… Não reclamem depois!

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