Interessante ler a entrevista que saiu hoje na Folha de S.Paulo com Michael Klein, dono da Casas Bahia. Os boatos são fortes no mercado, de que a rede estaria com problemas financeiros (pessoalmente, não acredito). Klein desmente, é claro, mas independente disso há vários números que ajudam a entender o sucesso da maior rede varejista do País. 

Números, segundo Klein:

*A Bahia deve vender este ano R$ 13,8 bilhões, cerca de 7% a mais do que em 2007. Seu lucro, no entanto, caiu pela metade devido ao aumento nos preços dos aluguéis e nos salários dos funcionários, além de o grupo estar pagando mais juros aos bancos.

*O grupo tem 550 lojas (250 próprias), 7 centros de distribuição, 60 mil empregados (sendo 20 mil vendedores) e 5 milhões de cartões de crédito.

*Possui hoje 29 milhões de clientes, dos quais 12 milhões vão às lojas todo mês e 8 milhões não têm emprego com carteira assinada. Sua renda média é de 3 salários mínimos.

*O financiamento direto aos clientes soma R$ 400 milhões por mês, a juros de 4,3% ao mês, em até 20 parcelas. O dinheiro vem do próprio caixa da empresa e também do Bradesco. Todo mês, a Bahia perde R$ 40 milhões com a inadimplência de clientes (atrasos de mais de 6 meses), ou seja, 10% da carteira, taxa que vem estabilizada há muito tempo. O limite de segurança seria de 13%.

*Nessas condições, está vendendo até o final do ano um total de 2,5 milhões de TVs e 700 mil computadores.

*Para 2009, a perspectiva de crescer mais R$ 1 bilhão foi suspensa, mas está mantida a abertura de 30 lojas no estado da Bahia, com investimento de R$ 24 milhões.

Segundo Klein, a atual crise nada altera nos negócios da empresa. Mesmo que aumente o desemprego, o impacto será pequeno. Sei não, estranho o homem dar entrevista abrindo tantos números assim. Parece conversa de quem está querendo vender. Afinal, temos de reconhecer, o sr. Klein é um grande vendedor.

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