Prosseguindo com as dicas para quem pretende trocar de TV nos próximos meses (e sempre lembrando que vale a pena dar antes uma pesquisada na internet), vamos tentar responder a uma pergunta básica que nove entre dez leitores nos fazem: qual é o melhor TV? Na verdade, todos querem dizer: “qual TV devo comprar”? Mas essa pergunta merece várias respostas. Então, para não dizerem que fiquei em cima do muro, vou usar alguns exemplos práticos, que nós mesmos, que lidamos com esse tema no dia-a-dia, às vezes encontramos.

O melhor TV que já tive (e que continuo usando, apesar de seus mais de dez anos de vida) é um Wega 38″ importado. Na época, custou mais ou menos o que custa hoje um plasma de 50″. Ainda não vi no Brasil imagem com mais contraste e definição. Talvez tenha sido influenciado pelo fato de que, um pouco antes, fui conhecer uma das fábricas da linha Wega, nos EUA, e fiquei de queixo caído com a tecnologia da época. Mas o fato é os TVs CRT estão morrendo, e meu velho Wega inevitavelmente será encostado.

Pensando apenas em plasmas e LCDs, que são as tecnologias do momento, é preciso lembrar que a indústria eletrônica passou nos últimos anos por um processo de (desculpem o palavrão) “commoditização”. É simples: todos os grandes fabricantes japoneses e coreanos adquirem componentes de fornecedores localizados em outros países da Ásia, onde o custo é muito mais baixo. Um trabalhador coreano ou japonês tem salário dez vezes mais alto que um brasileiro; e umas cem vezes mais alto que um chinês, taiwanês ou malaio. Nesses países, há centenas de fábricas especializadas em determinados itens, usados na produção dos aparelhos eletrônicos que são vendidos com as marcas que todos conhecemos. Isso vale para TVs, players, gravadores, câmeras e por aí afora. Todo mundo compra dos mesmos fornecedores.

Qual seriam então as diferenças entre, digamos, um TV Panasonic e um LG? Ou entre um Samsung e um Philips? Fácil: design, controle de qualidade, mais um ou outro recurso operacional, como o acesso à internet que agora está se tornando comum, e que nada mais é do que um software embutido no aparelho. A maioria dos especialistas que conheço passam horas na frente de TVs como esses, até tirar uma conclusão sobre qual deles tem a melhor imagem, e às vezes não conseguem decifrar o enigma. O usuário leigo, que quer apenas ver seu filmezinho ou seu jogo de futebol, terá muito maior dificuldade para tirar a dúvida. E, na prática, nem faz sentido, porque as diferenças, quando há, são mínimas. Melhor não se preocupar com isso.

O que deve, sim, ser pesado na escolha são os aspectos funcionais do aparelho – sendo que alguns deles você só vai conhecer usando, ou seja, depois que já tiver comprado. Tenho em casa dois TVs da mesma marca; um deles tem um controle remoto excelente, fácil de entender e acionar, intuitivo, como se costuma dizer; o controle do outro é tão complicado que chega a tirar o prazer de assistir alguma coisa. Vi que um leitor queixou-se de não encontrar nenhuma loja com show-room adequado para assistir a uma demonstração de TV com sala escura e tudo mais. Pois eu conheço várias. Ali, se você tiver paciência de gastar uma ou duas horas fuçando no TV e tirando suas dúvidas, certamente vai fazer uma boa compra.

Sim, essas lojas são geralmente mais caras. São o que chamamos de “especializadas”, com pessoal treinado para fazer exatamente isso: tirar dúvidas dos clientes. Ah! Você não quer pagar mais caro? Bem, aí o caso é mais sério. Fica para o próximo comentário.

4 thoughts on “Como comprar um TV (2)

  1. Orlando,fui eu que reclamei por não encontrar loja ou show-room que disponha de ambiente escuro para testes dos tvs.Você poderia citar essas lojas que conhece,bem como as marcas de tvs que representam.Nas lojas especializadas que conheço,só se trabalha com projetores,pois alegam que a diferença de preços que as fábricas lhes propõe é inviável em relação aos grandes magazines.Se puder mencionar,seria de grande valia para mim e talvez para outros leitores.Grato.

  2. Sim, Rubens, realmente é verdade: as especializadas não conseguem concorrer em preço com os magazines. Daí minha advertência em relação ao custo. A rede Home Theater Center é uma das que conheço e que trabalham com TVs. Boa sorte. Orlando

  3. Concordo a respeito da afirmação de que as diversas marcas, na maioria das vezes, utilizam os mesmos componentes. No entanto, acho importante destacar a diferença de calibragem adotada por cada marca. É por isso que, em muitos casos, achamos q o tv da marca X tem a imagem melhor que o da marca Y, apesar de, tecnicamente, serem praticamente idênticos.

  4. Orlando, é importante o consumidor ficar atento a funcionalidade do TV LCD e seus acessórios que são itens de utilização constante.
    Sabemos que existem aparalhos de medição da eficiência e eficácia dos TVs LCD e PLASMA. Embora existe uma dúvida, como medirmos a qualidade de cada produto eletrônico? Em um mundo globalizado em tecnologia e desglobalizado em capital humano!

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