Até que estava demorando. A denúncia feita hoje pela Folha de São Paulo, de que as ações da Telebrás subiram 35.000% desde o início do governo Lula, pode ser o golpe que as operadoras de telefonia esperavam para acabar de vez com o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), aparentemente tão caro ao presidente Lula. Uma valorização desse nível, nem mesmo a todo-poderosa (e extremamente produtiva) Petrobrás conseguiu! E olhem que a Telebrás, na prática, não existe: está parada desde a privatização, em 1998, com apenas alguns funcionários que não têm rigorosamente nada para fazer.

Segundo o jornal, a empresa vem sendo investigada desde 2008 pela CVM, responsável pela fiscalização nas Bolsas de Valores, com a ajuda de procuradores de Justiça. É estranho que a investigação esteja demorando tanto, mas de qualquer forma o simples fato de estar sob suspeita deixa a Telebrás absolutamente sem condições de assumir qualquer compromisso público – quanto mais administrar um plano que, pelas estimativas mais modestas, irá consumir algo em torno de R$ 3 bilhões (há quem fale em R$ 70 bi). O tema veio a público meio que como brincadeira, quando um “ongueiro” (leia-se: dirigente de uma ONG financiada pelo governo federal) fez circular pelo Twitter uma frase do presidente Lula garantindo que a Telebrás seria encarregada de conduzir o PNBL. Foi no último dia 2, conforme relatamos aqui. Mas, pelo visto, a farra já vinha desde 2003, quando as ações da empresa começaram a subir sem razão aparente.

Claro que vai ser quase impossível descobrir quem ganhou com essas oscilações. Mas há pistas: foram as mesmas pessoas que espalharam boatos sobre a reativação da Telebrás semi-extinta. Com essas e outras, só mesmo se for muito irresponsável é que Lula irá manter seu plano. Será mais fácil criar uma outra estatal do que ressuscitar esse dinossauro mergulhado na lama.

Quem não conseguir abrir o link da reportagem da Folha, pode ler também aqui.

6 thoughts on “Um golpe na banda larga

  1. Meu amigo, seria aconselhável que voce estudasse mais a fundo esse assunto antes de tecer críticas ou interpretações delas sem fundamento. Isto mais parece uma manobra de opiniões para fazer terrorismo com o mercado…

  2. Caro Orlando, boa noite.

    Eu vejo essa materia da folha meio tendenciosa, afinal de contas aonde esses caras tiram 35.000%, que conta é essa????.
    As acões subiram muito sim, e é normal em um mercado especulativo, que saiu de 0,02 centavos para quase 3 reais.., mas se fizermos as contas, munca chegaria a tal valor.

    Claro que tem coisa por tras disso, desde que no nosso mmnitros helio costa disse que poderia ser a telebras que iria reger a banda larga ( processo esse natural de estatal no undo inteiro ), mas como bem sabemos, o partido de oposição está ai gritando junto com toda a sorte de lobbys das teles, eles não querem de forma alguma que a estatal volte mesmo, como eles mesmos gritaram esses dias, A BANDA LARGA NÃO FOI MAIS ALEM PORQUE PAGAMOS 45% DE IMPOSTO, AI FICA DIFICIL MESMO IR COM MAIS INVESTIMENTOS, e o quse 1 trilhão ( isso mesmo ), que é ratiado com todas as companias de telecomunicação juntas levam retirando os impostos, levando o nosso dinheiro para a espanha e mexico, isso ninguem diz nada.

    Se tem falcatrua, isso é a cara do País, governador que é preso e fica na sla do Juiz federal, isso ninguem diz nada.

    O que me interessa mesmo é quando a abanda larga vai chegar nos cantos remotos do País, isso é o que quero saber, e não engolir 35.000% de valorização, essa foi de doer mesmo….

  3. Caros Manoel e José Luiz,
    É verdade, revendo o noticiário sobre os escândalos dos últimos anos, é fácil concluir que a resposta dos envolvidos, do governo e de seus aliados é sempre esta: “conspiração da mídia”, “terrorismo”, “golpismo” etc. É muito fácil argumentar assim, com acusações a esmo, como se toda crítica fosse mal intencionada. Desculpem, mas na minha idade não dá mais para cair nessa. Temos acompanhado e estudado o assunto Telebrás há anos e aqui várias vezes já nos manifestamos a respeito. Na seção “Artigos”, há vários textos sobre o tema. Quem realmente deseja o bem do País, com sinceridade e sem interesses escusos e/ou partidários, não pode ficar calado diante dessas armações e negociatas.
    Não sei se a matéria da Folha foi encomendada ou é tendenciosa, o que sei é o que está bem claro no texto (e por isso ele foi replicado aqui): os números são espantosos, a ponto de a CVM iniciar uma investigação. E não foram inventados. Simples assim. “Ninguém diz nada” é o tipo da frase mal-intencionada. Diz sim, aliás, todo mundo diz, por exemplo, que as operadoras estão lucrando muito e prestando um péssimo serviço. E claro que elas não querem a concorrência de uma estatal. E que fazem lobby, ora, ora, como fazem todas as grandes empresas pelo mundo afora. O que falta é fiscalização, que caberia a quem mesmo? Sim, dona Anatel, hoje transformada em cabide de empregos para amigos do poder. Só não vê quem não quer. Bastaria a Anatel fazer bem o seu trabalho para acabar (ou pelo mens reduzir bastante) as tais falcatruas.
    Quanto ao argumento de que “se tem falcatrua, isso é a cara do País”, é igual ao utilizado pelos mensaleiros, por Daniel Dantas, o juiz Nicolau, Garotinho e outras figuras do mesmo quilate: “Todo mundo faz, e ninguém diz nada”. Quer dizer que devemos aceitar as falcatruas como uma espécie de “mal necessário”? Falem sério, senhores.
    Orlando Barrozo

  4. Será que é o presidente Lula quem deve decidir sobre a banda larga. Qual a competência do presidente sobre o assunto se não é bem assessorado. Desenterrar a Telebrás é populismo. É deixar de executar com competência o que pode ser feito pela iniciativa privada, desde que bem regulada e fiscalizada.
    Oferecer o serviço de banda larga de boa qualidade é imprescindível, mas, antes disso, é preciso que o serviço seja oferecido. Se não há concorrência bem regulamentada, só há serviço disponível onde interessa às concessionárias.
    Vejam um exemplo, há anos tentamos conseguir banda larga em um condomínio em Itaipava, e a resposta da Oi sempre é que não há viabilidade técnica, pois o cabo telefônico instalado não permite o serviço. Mas antes de dar a resposta negativa, a Oi já até mandou um provedor ligar e fazer o cliente filiar-se a ele, para depois dizer que não pode oferecer o serviço. Se quando temos banda larga sabemos que não precisamos do provedor, então para que serve um provedor quando nem o serviço pode ser oferecido. Como alternativa, só a Vivo chega ao local com um serviço muito instável, e não chega com 3G. Será que não precisamos de mais empresas dispostas a oferecer serviço de qualidade em regiões tão próximas ao Rio de Janeiro e de alto poder aquisitivo? Se é assim lá, imaginem nas regiões mais remotas desse país.
    Qual o papel do governo se não o de facilitador para que os serviços essenciais sejam disponibilizados aos cidadãos.

  5. Caro Orlando, Bom Dia..

    Respeito profundamente sua opinião e de todos os demais Amigos que lem esse blog, pois os que aqui postam tem o mínimo de conhecimento para descutir r expressar suas idéias.

    Quando o assunto é Telebrás, estou envolvido com o assunto desde que o Sr helio costa citou a possivel volta da Empresa os especuladores de plantão correram e lucraram muito, e o mercado irá lucrar de qualquer forma, seja voltando ou não, pois como se diz no mercado, quem ficar por último apague as luzes.

    O Plano é bom, desde que o governo não ofereça o serviço ( sinal ), pois isso deve ser feito pela iniciativa privada, como vc sabe, existem centenas de “pequenos ” que podem oferecer o serviço a cidades pequenas e utilizar os cabos que agora está em posse do governo, agora, não dá para ficar vendo toda a croja do Pig tentando detonar o plano a penefício próprio, como vc mesmo sabe, se todos tiverem internet rásoável, a popularidade dos canais abertos cairá vertiginosamente, e els morrem de medo disso.

    Forá o que comentamos em posts anteriores, sabemos bem que não devemos confiar em politicos, ser cegos achando que com isso pode ser uma maneira eleitoreira da coisa como um todo.

    Nem em sonho devemos ficar quietos com toda a maracutáia que existe no País, se conformar achando que isso é natural, pois não é, inclusive por vc citado, o sr daniel dantas e a direita que privatizou o sistema todo sabe do que estou falando.. e se isso acontecer da Telebras voltar e ser uma regulamentadora do setor, que venha sim, pois isso é um tapa na cara dos maiores culpados por termos um sistema tão falido quanto é a banda larga nesse País, que por sinal, de larga só tem as contas que pagamos..

    Um Abraço pra Ti Sr Orlando, sucesso.

  6. Caro José Luiz,
    Obrigado pela mensagem. Apenas para deixar clara minha posição: não sou a favor de entregar o plano da banda larga às grandes operadoras. Acho que esta seria uma ótima oportunidade para democratizar, de fato, o acesso à tecnologia, inclusive com incentivos às pequenas operadoras regionais. Mas, com certeza, não é a Telebrás que tem condições de comandar esse processo. Essa empresa nunca foi regulamentadora de coisa alguma, apenas dividia o bolo das telecomunicações entre os grupos políticos da época pré-privatização, quando ter um telefone era coisa de milionário. Agora, sinceramente, acho que uma boa forma de discutir o assunto de forma civilizada e consciente é deixar de lado essa história de “direita vs. esquerda”. Não foi a direita que privatizou as teles, nem é a esquerda que está no poder hoje. Aliás, esses conceitos caíram junto com o Muro de Berlim. No fundo, eles são todos iguais, só querem ter o poder nas mãos.
    Abs. orlando

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