É raro o dia em que não sai uma notícia ou artigo sobre o uso crescente dos tablets junto aos TVs. Já comentamos o assunto aqui, mas há uma enchente de estatísticas mostrando que cada vez mais pessoas adotam o hábito da “segunda tela”: trocar mensagens com amigos sobre o programa que estão assistindo naquele momento. Já seriam 88% dos proprietários de tablets, nos EUA, onde se pesquisa tudo a toda hora. Outros números que vi, na semana passada, foram da comScore: quase 25% dos americanos que possuem tablet confirmam que usam-no mais para assistir a vídeos e/ou programas de televisão. Detalhe importante: desses, 27% pagam para ver esses conteúdos!

Alguns analistas apressados já recomendam jogar fora o controle remoto, que em breve não terá mais serventia, pois o próprio tablet – assim como o celular – pode se transformar num controle para TV e demais aparelhos da casa, bastando para isso baixar o aplicativo adequado.

Outra estatística interessante, da Forrester, indica que o número de pessoas fazendo compras online através de seus tablets já é maior que aquelas que preferem os outros meios (via computador, por exemplo). A facilidade da busca quando se está em trânsito seria o principal fator determinante, que já está levando algumas redes de varejo a direcionarem seu marketing para atingir o público nas proximidades de cada loja.

Sinceramente, não sei se tudo isso é bom. No Brasil, com as redes de banda larga caindo a toda hora, seja em casa ou na rua, acho que não corremos o risco de sermos “cercados” por essa febre de estar conectado o tempo todo, em todo lugar. Sorte nossa! É um hábito tão maléfico que para defini-lo os americanos criaram duas palavras horrorosas: ubiquity e serendipidity.

Pior do que isso só as traduções literais em português, cometidas por alguns sites de tecnologia: “ubiquidade” e “serendipidade”. OK, OK, a primeira até existe nos dicionários. Mas lembra neologismos como “resetar”, “startar”, “performar” e (pra mim a pior de todas) “brausear” (isso mesmo: vem de browser).

Agora, serendipidade, francamente… (vejam aqui).

 

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