Diz o site Meio&Mensagem, voltado ao mercado publicitário, que a Sony arrisca sua imagem ao anunciar que o PlayStation 4 (foto), previsto para novembro no Brasil, terá preço final em torno de R$ 4 mil. Pode ser. A julgar pelas centenas, talvez milhares, de comentários surgidos nos últimos dias na internet, a maioria dos possíveis compradores do produto está simplesmente enfurecida. Também se multiplicaram as piadas a respeito, como a de que esse valor, se bem aplicado, daria para comprar um carro (detalhes aqui).
Fato é que a Sony conseguiu ser mais comentada – para o bem e para o mal – do que todas as suas concorrentes somadas; no caso, concorrente mesmo só a Microsoft, com o Xbox One. Mas o segmento de games é completamente diferente: cada produto é único, assim como cada jogo tem suas peculiaridades. Os efeitos da polêmica só poderão ser medidos a médio prazo. A meu ver, somente uma estratégia de marketing pode explicar a decisão de colocar preço tão evidentemente fora da realidade brasileira. Talvez a intenção fosse essa mesmo: gerar discussão e, com isso, impulsionar as vendas, já que os fãs (melhor seria dizer “fanáticos”) farão de tudo para adquirir a novidade.
Bem, essa é só uma impressão a distância. No PlayStation Blog, um diretor da Sony, Mark Stanley, afirma que a empresa irá “perder dinheiro” com o produto no Brasil e exibe o gráfico acima, com os tributos que elevam o preço às alturas. Os dados não são inventados; combinam com o que sabemos sobre a maioria dos equipamentos eletrônicos importados oficialmente. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Stanley diz ainda que a empresa estuda produzir o PS4 no Brasil (como fá faz com o PS3), o que certamente ajudará a reduzir o preço final; mas esse tipo de projeto costuma demorar meses ou até anos.
O consumidor, especialmente os tradicionais espertinhos, não quer saber; prefere denunciar a “ganância” da indústria e do varejo em geral. E, mesmo assim, correr atrás do produto. Já vi gente dizendo que irá buscar no Paraguai, Chile, Peru e outros países sul-americanos que não praticam as absurdas taxações brasileiras. Fora os que têm condição de ir a Miami, ou encomendar com um amigo. Há ainda a opção da Amazon, onde o preço é de US$ 400 (com impostos e frete, sai por pouco mais de R$ 2 mil). Sem falar no contrabando, que já oferece o aparelho há algumas semanas pela internet. Entra em cena, mais uma vez, o famoso “la garantia soy yo” (“Jô”, para os íntimos).
A pergunta que fica é: vale a pena tudo isso por um simples aparelho de videogame, que com certeza estará mais barato daqui a alguns meses? Bem, num país onde há gente que vende o carro para viajar com seu time de futebol, como aconteceu com um daqueles corintianos presos na Bolivia, nada mais é de se estranhar.
“O consumidor, especialmente os tradicionais espertinhos,(…)”
Gostaria que você esclarecesse o que há de “espertinho” em se recusar a pagar o preço absurdo de R$ 4.000,00 por um videogame que custa, nos EUA, USD 399,00?
Se o Governo não tem vergonha de praticar esta política tributária, de sobretaxar videogames como se fossem instrumento do mal, nada mais correto do que usar todo e qualquer recurso para obter o aparelho que você deseja sem ser roubado.
Lembro ainda que ir buscar em Miami é perfeitaemnte legal.
O correto é ser “espertinho”. Pagar este preço, independente de ser pouco para alguns privilegiados, é ser trouxa!
Olá Fernando, você tem razão. Fiz uma generalização, e isso é sempre perigoso. Claro, nem todos são “espertinhos”. Quis me referir apenas àqueles que usam “todo e qualquer recurso” para obter o que desejam. Orlando.
Não sei pq tanta polêmica. Não conheço NINGUÉM que comprou seu PS3 no Brasil, já que o consumidor deste produto tem acesso para adquiri-lo nos USA. E tb é só fazer a contas: dá para ir pra Miami ou NY na sexta e voltar no domingo com o PS4 embaixo do braço por menos de R$ 4.000,00, pra quem for “espertinho”!
Ah! Este gráfico já havia sido publicado e está errado! Primeiro pq parte do preço de ponta nos USA (será que a Sony do Brasil vai comprar o PS4 na Best Buy???). O certo é seguinte: US$ 320,00 de custo na fábrica + 120% de impostos x R$ = R$ 1.600,00 (aproximadamente). Com a margem do revendedor de 30% o preço na ponta Brasil será de R$ 2.300,00. Quem é o esperto então?? Será que a SONY aprendeu com a “Ruindai” e várias outras marcas o milagre do “LUCRO BRASIL”??
Ele custa tudo isto porque certamente alguém pagará. Se ninguém comprar aqui, eles baixarão de preço. Nem os culpo, pois quem não quer ganhar mais do que seu trabalho vale? Os que reclama aceitam baixar seus salários porque alguém lá de fora cobraria menos?
A Sony culpa o governo para “tirar o seu da reta” e ficar bem. Vejam as porcarias dos HT da Sony no Brasil. Piores e mais caros que lá fora. Culpa de quem? Do governo? Ganancia do fabricante aliada a imbecilidade do consumidor.
Compra quem quer.
Uma pergunta que não quer calar:
Se nos EUA o XBox One custa U$499,00 e o PS$ U$399,00 e aqui no Brasil no XBox One sairá por R$2.300,00 que matemática de impostos é essa que só a Sony tem que praticar?
Porque o XBox One que originalmente custa U$100,00 a mais que o PS4, poderá ser comercializado aqui por quase a metade do preço do PS4?
Realmente não há nada de errado em querer economizar o nosso dinheiro suado ganho dia a dia.
A culpa das importações paralelas em todo tipo se produto, seja de uso hospitalar, informática, Aúdio e vídeo
Enfim não importa qual seja, se tivesse um preço justo com impostos coerentes, onde todos possam
Comprar, não haveria problema algum. Mas todo mundo sabe que o governo é um esfomeado pelo nosso dinheiro
Q é cobrado DESPROPORCIONALMENTE a nossa realidade, sem devolver o mesmo,
De forma publica como; segurança, saude, educação, transporte entre vários outros setores de interesse público.
Sou vítima desses “espertinhos” muitas vezes sou chamdo d louco ou, que aquilo esta fora de lógica o valor do orçamento que eu apresento aos meus clientes, onde 79% traz do EUA seus produtos.
‘Não sou contra’ isso, mas não veja nada d errado em comprar nos EUA, e devem continuar comprando talvez o esfomeado do governo e empresas diminuam os valores absurdos em produtos.
Vocês estão partindo do preço comercial do produto para aferir o preço final de venda ao Brasil. Vejam bem: nos States ele custa US$400.00 ou seja R$880,00, mas se esqueceram que nesse preço, da Amazon.com, já está inclusa a margem de lucro da vendedora, despesas de importação, frete e tudo o mais, exceto o imposto VAT deles que não é nenhuma usura como aqui no Brasil. A SONY vai fornecer esse produto, para os Brasil, como preço de custo+margem de lucro como fazem em outros mercados, ou pelo preço de venda do mercado varejista dos States??? A SONY mente descaradamente quando afirma que VAI PERDER DINHEIRO vendendo esse gadget por absurdos R$4.000,00, e mesmo assim sem alguns acessórios que nos States fazem parte do pacote. Mas mais absurdo ainda é que vai ter milhares de brasileiros que não estão nem aí para essa história de preço, o que justifica plenamente o fato de que essas empresas estrangeiras se sentirem livres para nos explorar em tudo que eles vendem para nós. Maldita herança político/religiosa de além mar, que ainda perdura nesses mais de 500 anos de Brazil, que nos fez acostumar a sermos explorados e ainda damos graças como o carneiro antes da tosa ou do boi antes do abate.
É Orlando……..parece que desta vez você se deu mal!
Eu me dei mal? Não entendi…
É, será que a maioria dos consumidores caiu na mentira do gráfico publicado pela Sony?
Na verdade quem se deu mal foi o diretor Mark Stanley, que merecia um “justa causa”.
Só os brasileiros “alienado”, “fanáticos” e “sem vergonha na cara” que irão comprar o PS4 importado mesmo depois da Sony demonstrar total desrespeito e desinteresse com o consumidor brasileiro apresentado em valor de 4 mil reais surreais, pois os brasileiros que têm vergonha na cara como eu, não vão comprar PS4 em lugar nenhum, vamos deixar a Sony sem ganhar o nosso suado dinheiro, pois reclamar só do nosso governo é realçar a incompetência dela e desinteresse em fabricar o console PS4 no Brasil. O que a Sony fez com isso foi fazer crescer o mérito da concorrente Microsoft que não só fez o seu dever de casa em se adaptar a nossa realidade e está fabricando(montando) aqui o console XBOX One, mesmo sendo o mais caro nos EUA, está vendendo aqui por R$ 2.299,00(valor atualizado) com garantia de 1 ano e se tornando a primeira fabricante de console estrangeiro a lançar oficialmente e simultaneamente no Brasil seu produto. Já não ia comprar nenhum console nextgen, pois ainda estava em dúvida, mas agora minha dúvida já foi sanada… irei de Microsoft XBOX One pela competência e interesse da Microsoft por nós consumidores brasileiros. Excelente matéria Orlando.
Seria mais honesto se a Sony divulgasse o gráfico com as alíquotas discriminadas uma a uma , e demonstrasse passo a passo a conta, inclusive com a cotação do dólar e o preço de atacado, não o do varejo para o consumidor final lá dos EUA, e com a incidência correta dos tributos. Não sei se todos incidem um em cima do outro ou não.
Porque o que eu tenho visto, não só nessa área, mas generalizadamente, é uma “desonestidade intelectual” muito grande das pessoas ( e das empresas ) para justificarem suas práticas.
Os banqueiros , por exemplo, tem margem de lucro 3 vezes maior do que as dos bancos europeus na época anterior à crise. E o spread bancário é um verdadeiro roubo.
Não é verdade que a carga tributária no Brasil é alta, ela é média (35% do PIB enquanto em alguns países é de 50%), um dos seus problemas é que ela é regressiva, mal distribuída. O IR, na ditadura, tinha alíquota de 50%, hoje a mais alta é de 27%
Quando interessa eles usam a informação que mais convém.
A jornada de trabalho nos países desenvolvidos é mais baixa do que aqui, nem por isso eles defendem a redução. O período de férias e outros benefícios trabalhistas também são bem melhores do que aqui.
Nem tudo é culpa do governo, já houve vários projetos enviados para o Congresso Nacional para uma reforma tributária , que não foram aprovados por lobby dos que não tem interesse nessa reforma.
A tributação, média , sobre propriedade privada aqui é de 0,7% do PIB, enquanto nos países desenvolvidos é de 3 a 4%
O que acontece é que muitas empresas querem compensar aqui o que não estão faturando em outros países!