Martin Scorsese, Christopher Nolan e JJ Abrams são alguns dos cineastas apoiando uma proposta de padronização para preservar as características supostamente ideais dos filmes em 4K. Trata-se de um pacote de recomendações aos fabricantes, encampado pela UHD Alliance, que dita as normas em 4K (e, é bom lembrar, nem sempre é respeitada).
O padrão chamado Filmmaker Mode (como “modo cineasta”) determina ajustes automáticos de cores, enquadramento (aspect ratio) e taxa de quadros (frame rate). Além disso, prevê a desabilitação das regulagens para controle de imagens em movimento por parte do usuário. Em outras palavras, os TVs já sairiam de fábrica com esses parâmetros fixos, o que, segundo o grupo, garantiria total fidelidade à forma como o conteúdo foi produzido pelo cineasta e sua equipe.
A iniciativa surgiu a partir de uma, digamos, denúncia de ninguém menos do que Tom Cruise. O astro não gostou de assistir ao último filme da série Missão Impossível (Fallout) em sua TV 4K e queixou-se ao diretor Christopher McQuarrie. Ambos foram checar e descobriram que muitos TVs vêm pré-ajustados de fábrica para suavizar os movimentos, através do recurso AUTO MOTION PLUS, que alguns fabricantes chamam TRUMOTION ou MOTION SMOOTH.
Isso é feito artificialmente, pelo método chamado interpolação de quadros, que produz o que se conhece como “efeito novela” (soap-opera effect). Cabe ao usuário, se perceber a imagem lavada, desabilitar a função no menu do TV. Vejam o vídeo que Cruise e McQuarrie publicaram a respeito.
O “modo cineasta” é, portanto, uma resposta a essas queixas. Segundo a UHD-Alliance, o recurso será ativado a partir de metadados contidos no próprio filme, seja em disco ou streaming, ou por um botão no controle remoto. Três fabricantes de peso já concordaram com os termos: Panasonic, LG e Vizio, sendo que esta última já anunciou que seus TVs a partir de 2020 virão com o tal botão.
Se der certo, ou seja, se o distinto público aceitar, será o fim do efeito novela, fenômeno que é bem descrito neste outro vídeo. “Fica parecendo um vídeo
, e não um filme como se vê no cinema”, diz Cruise em sua mensagem. Será mesmo?
Estão querendo interferir até na forma como o espectador assiste seus filmes em sua própria casa…
Na verdade,gosto do efeito de interpolação de imagens e o coloco no máximo pois aquela imagem “em saltos” dos filmes(blur,judder) me incomodam.
Me perdoem os “puristas de cinema”, mas 24fps convivendo ao lado de cameras com capacidades de gravações de 120fps ao lado de resoluções de 16k não parece irônico? Os motivos que levaram o senhor Cruise a entrar nessa bobagem de catequisar as pessoas para que não assistam filmes com Motion Flow, Motion Plus entre outros tantos interpoladores ligados, eu não sei, mas o fato é que, brigar com o avanço tecnológico é dar vários passos atrás no processo evolucional “natural” das coisas. Tiradas as devidas proporções, o fato do tão “odiado” efeito novela “se confundir” com os 60fps, hoje já tão conhecido no Youtube, torna essa discussão uma bobagem injustifacada e usar este argumento que o senhor Cruise insiste em querer catequisar, dizendo que a visão do diretor tem que ser reproduzida como ele a produziu, haaa para com isso, basta dar um Google e ver porque chegamos em 2019 usando os 24fps “padrões” naquela época, e porque hoje ainda se usa esse “padrão” ja tão obsoleto na minha opinião.
Claro, entendo que os interpoladores, quando mau implementados, trazem sim prejuizos para imagem, mas não para obra. Ver TV, Cinema ou Youtube nos dias atuais e usar um padrão estabelecidoanos atrás, e tentar impor um vontade “purista”de cinemista que vive em 2019, definitivamente não me convence.