Nove entre dez especialistas mundo afora concordam: o conceito original de Home Theater, da forma como conhecemos e tem sido usado há mais de 20 anos, com um receiver e cinco caixas acústicas espalhadas pelo ambiente reproduzindo conteúdos de um player (DVD, Blu-ray) ou da TV comercial, não tem mais lugar no mundo de hoje. Os novos hábitos das famílias, a internet, a mobilidade e a comunicação sem fio transformaram o cenário, e tudo que os profissionais da área têm a fazer é encarar as mudanças como novas oportunidades. Ou mudar de ramo.
Em síntese, é mais ou menos isso que sugere um estudo do site americano Residential Systems, baseado em consultas a integradores, designers de ambientes residenciais e representantes da indústria e do varejo local. No contexto pós-pandemia, eles constataram um renovado interesse das famílias por terem em casa um espaço dedicado ao entretenimento, que na falta de outra definição chamam de “home theater”. Só que bem diferente do que vem sendo adotado até hoje.
A partir dessa análise, os pesquisadores identificaram cinco tendências nos projetos residenciais, que podem ser conferidas neste link. A seguir, um resumo delas:
1.As plataformas de streaming estão substituindo os cinemas como fonte dos conteúdos relevantes. Além da enorme quantidade de séries, e algumas são verdadeiras superproduções, os filmes estão saindo primeiro no streaming, ficando somente alguns reservados para as salas de exibição. Até o Oscar percebeu a mudança! E isso está levando muita gente, que não vai mais ao cinema, a buscar de novo o seu “cinema em casa”, isto é, comprando telas maiores e renovando seu sistema de áudio.
2.Não há mais necessidade de sala escura. Novas tecnologias – telas que rejeitam a luz ambiente, projetores de curta distância, caixas acústicas invisíveis (ou quase), sistemas de áudio sem fio, cortinas motorizadas – tornam possível montar um “cinema” praticamente em qualquer espaço da casa.
3.Integração é a palavra. Ao atender um cliente, os integradores americanos nem perguntam mais se querem um sistema AV integrado com luzes, cortinas, ar-condicionado etc. Isso já está implícito nos projetos. Na pesquisa, alguns citam até que têm recusado certos produtos que não se enquadram nessa integração.
4.Assistentes de voz estão se tornando obrigatórios. Cada vez mais o usuário vai querer comandar seus aparelhos por voz, incluindo TV, som e os recursos de automação. É muito mais prático e natural. Os consumidores cobram que seus sistemas de home theater e automação sejam menos complicados e respondam na mesma velocidade do Alexa.
5.Com a popularização da banda larga nas residências, home theater passa a ser apenas “mais um” item do sistema. Quase todo mundo hoje tem Wi-Fi em casa, e a velocidade média das conexões está aumentando. Com isso, mais pessoas estão se conscientizando da importância de uma rede rápida e estável, combinando conexões com e sem fio, tendência que se tornou mais forte com a pandemia e o home office. Detalhe: aumenta também o uso das áreas externas das casas e apartamentos. Uma boa rede precisa prever isso.
O estudo cita ainda a questão do conforto e o uso consciente dos recursos, como energia, luz natural, controle de temperatura etc. Com as pessoas passando mais tempo em casa, tende a aumentar a preocupação das famílias com esses itens. E vale a pena observar que a pesquisa foi feita antes da atual crise energética, que está afetando vários países – do caso brasileiro, falaremos em um próximo post.
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