Não sou muito ligado em games, mas nos últimos dois anos tem sido comum os fabricantes destacarem nas novas TVs os recursos para reproduzir games de alta complexidade gráfica. Não é por acaso. A edição de junho da revista HOME THEATER & CASA DIGITAL vai trazer reportagem especial a respeito.

Os fabricantes trabalham sobre pesquisas qualitativas que buscam sondar as mudanças de comportamento dos consumidores. Muitos desses estudos são feitos em grupos seletos de usuários que indicam inovações desejadas nos produtos. E poucos grupos são mais atuantes do que os gamers. São milhões de jogadores ao redor do mundo, que hoje estão quase que minuto a minuto em comunicação entre si.

Boa parte dos recursos que vêm sendo agregados às TVs surge de sondagens junto a esse público. As TVs 2022 da Samsung, por exemplo, virão com Gaming Hub, uma área do menu para o jogador concentrar todas as suas opções de consoles, aplicativos, plataformas etc. Já a LG criou um Game Optimizer, com configurações de áudio e vídeo pré-definidas conforme o gênero do jogo.

Jogos online são a bola da vez

Outro exemplo é o áudio. Após passar horas com fones, qualquer pessoa, mesmo às vezes sem perceber, acaba ganhando fadiga auditiva. Em tempos de home office, muitos usuários montaram espaços reservados (um quarto, por exemplo) para manter a privacidade – na hora do lazer, podem jogar sem fone. Com áudio mais expansivo e envolvente na TV, o fone – que para alguns também é um acessório inseparável – deixa de ser obrigatório.

Além do Dolby Atmos, que pode ser apreciado ligando a TV a um receiver ou soundbar compatível, algumas TVs trazem micro-falantes embutidos em torno das bordas, que expandem os sons no plano horizontal. Aliás, algumas TVs top de linha chegam ao mercado este ano já com o processador Atmos integrado, dispensando soundbar ou receiver.

Mas a maior mudança é o chamado cloud gaming. Nos últimos anos, surgiu uma infinidade de plataformas de jogos online, algumas gratuitas e com altíssima qualidade de som e imagem, como Blizzard e Epic Arts, que estão revolucionando as interações dos jogadores. Esse é um dos segmentos que mais crescem em todo o mundo: US$ 23 bilhões faturados em 2021, com estimativa de chegar a US$ 33 bi até 2026, segundo o site Statista.

Não tenho números sobre o mercado brasileiro, mas depois da chegada do Netflix Games no ano passado não será surpresa se vierem outros, como Amazon Games, Microsoft XCloud e Google Stadia. As TVs, com processadores mais rápidos e eficientes, já estão preparadas para facilitar a navegação na plataforma que o usuário escolher.

Enfim, ele agora é o dono do jogo.

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