Quem é o dono da marca iPhone?

Acredito que 100% dos leitores tenham na ponta da lingua a resposta: só pode ser a Apple, que lançou o produto mundialmente em 2007 e no Brasil em 2010. Mas pode não ser bem assim, informa hoje o site Mobile Time. A Gradiente, que tenta de todas as formas voltar ao mercado, pode ganhar na semana que vem o direito exclusivo ao uso de uma das marcas mais valiosas do planeta. A decisão já teria sido tomada pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que no Brasil é quem dá a última palavra nesses casos; a divulgação foi marcada para dia 13, quarta-feira de cinzas (o site G1 diz que a Gradiente já ganhou).

Ao solicitar manifestação do INPI a respeito, a Gradiente alega ter pedido o registro da marca em seu nome no ano de 2000; o órgão concedeu em 2007, com validade até 2018. Em 2000, nem mesmo o iPod havia sido lançado… Como é norma nesses casos, o INPI não fornece detalhes do processo. Mas alguns aspectos são, no mínimo, estranhos. Até onde sei, quando se obtém registro de uma marca fica-se também com a obrigação de usá-la em até dois anos, caso contrário outra empresa pode tomar a frente.

Não foi o que aconteceu aqui, pois a Gradiente só lançou um produto chamado iPhone no ano passado. Segundo leio no UOL, o prazo para a empresa era de cinco anos e vencia no final de 2012; poucos dias antes, algumas lojas receberam exemplares do “iPhone Gradiente” (foto). Estranho também que, tendo direito a uma marca tão preciosa, a empresa só agora (final do ano passado) tenha dado publicidade ao fato, requerendo o esclarecimento por parte do INPI.

De qualquer modo, deve obter sucesso. E certamente irá abrir mão de seu direito, em troca de uma boa indenização em dinheiro. Foi exatamente esse o desfecho da disputa em torno da marca PlayStation, que a Gradiente havia registrado nos anos 1990 e vendeu à Sony em 2002, por um valor não revelado. Foi também a forma encontrada pela Apple, em 2012, para conseguir lançar seu iPad na China, onde a empresa Proview havia registrado a marca; neste caso, a indenização foi de US$ 60 milhões.

Enfim, com dinheiro tudo se ajeita. Para uma empresa que fatura em torno de US$ 60 bilhões por ano, um acordo como esse tem sabor de cafezinho. Já para a endividada Gradiente, agora rebatizada CBTD (Companhia Brasileira de Tecnologia Digital), fará uma enorme diferença.

Em tempo: este vídeo no YouTube conta a versão da Gradiente para a história.