São tantas notícias ruins vindas de Brasilia que quando surge um fato positivo é preciso comemorar – não, porém, sem certa cautela. A confirmação do leilão do 5G para 4 de novembro, e com regras claras e abrangentes, era tudo que desejava o mercado (leia-se: fabricantes, operadoras, desenvolvedores de software e toda a cadeia da qual faz parte o segmento de automação residencial e predial).

Entre essas regras, destaque para a obrigatoriedade das operadoras implantarem redes de 5G em todas as capitais até julho de 2022. Parece um prazo curto, mas as empresas vêm se preparando há pelo menos dois anos. Com as regras agora oficializadas, cada uma delas já sabe o que terá de fazer a partir de novembro, quando o leilão definirá quais áreas do país caberão a quais operadoras e em que faixas de frequência. O primeiro desafio será “brigar” com as prefeituras para que facilitem a instalação de antenas 5G (aqui, um exemplo).

Outra regra importantíssima para o país é a que determina criar redes 5G para as escolas públicas de educação básica, utilizando a faixa de 26GHz. Até que enfim uma medida governamental que ataca o problema mais grave do país, após tantas outras tomadas pelo atual governo para destruir o pouco que temos na educação. Veja aqui mais detalhes sobre o leilão.

Quanto aos impactos sobre o mercado de automação, basta observar como as tecnologias sem fio estão tomando conta do cenário (este é um caso). A tecnologia 5G será a base da Internet das Coisas (IoT), que permite às máquinas e equipamentos em geral se comunicarem entre si. Isso inclui tanto os aparelhos que usamos em casa (celular, TV, eletrodomésticos, lâmpadas…) quanto veículos, radares, drones e tudo mais que você pensar.

Com 5G, será mais rápido e eficiente o controle logístico num site de compras, por exemplo, com menos atrasos nas entregas. Sistemas de aquecimento e climatização nos edifícios poderão ser monitorados a distância, e em tempo real, assim como o consumo de energia. Medicina, trânsito, agronegócio… é infindável a lista de setores que podem se beneficiar.

Como bem analisa Judith Bitterli, neste relatório da McAfee, conexões rápidas já se tornaram, para grande parte das pessoas, quase tão indispensáveis como água e eletricidade. E todos os sistemas de automação atuais são dependentes dessa, digamos, commodity. Com mais dispositivos conectados via IoT aproveitando as redes 5G, pode-se prever que as soluções da Crestron, Savant, Scenario, Lutron, Control4 e tantas outras marcas que conhecemos se tornarão ainda mais abrangentes e eficientes nos ambientes residenciais, seja uma casa, apartamento ou condomínio.

De resto, é torcer para que as inevitáveis pressões políticas não atrapalhem os planos anunciados nas regras do leilão. Aqui, um interessante Guia sobre como funcionarão as redes 5G no Brasil.

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