O Brasil e o mundo ficaram mais pobres esta semana, com a morte de dona Zilda Arns, uma das pessoas mais importantes que nosso país produziu até hoje. Nenhum elogio será bastante para qualificar essa mulher, que fez de sua vida um permanente exercício das melhores virtudes que um ser humano pode demonstrar. Honestidade, sinceridade, solidariedade, capacidade empreendedora, tolerância, simpatia, firmeza na voz e nas atitudes… Se é que existe céu, dona Zilda deve estar lá, com sua calma expressão de irmã mais velha (e zelosa) de todos nós.

Aposto que a maioria dos leitores faria tranquilamente uma lista de vários políticos que poderiam (ou deveriam) estar lá no Haiti no momento daquele terremoto. Não fariam falta. E, no entanto, lá estava Zilda, na hora e no lugar errados. Sem ser política profissional, ela fez mais pelo Brasil do que todos eles juntos. Quantas gerações passarão até que surja outra igual?

2 thoughts on “Uma grande mulher se vai

  1. Prezado Orlando.

    òtimo texto. Simples e eloquente.

    Só discordo que a Dra. Zilda estivesse no lugar errado. Ela estava no lugar certo, onde sempre trabalhou – no meio da fome e miséria.

    E morreu fazendo o que sabia – ensinar a cuidar melhor de nossas crianças.

    Corroboro sua afirmação. Deveria ocorrer uma sessão especial do congresso brasileiro, ou, pelo menos, uma visita de “inspeção” dos nossos legisladores ao Haiti – não agora, para ganhar os holofotes da midia!

  2. Errada é a hora em que a mídia em geral e nós nos lembramos de pessoas assim! Eu, assim como alguns conhecidos meus nunca ouvimos falar de tal senhora. Fica até difícil sentir alguma coisa mais profunda!
    O texto do Barrozo e a imprensa de forma geral mostra nossa aparente tristeza e preocupação, já que enquanto vivos, os personagens recebem poucas linhas nas redações, mas quando mortos servem não só para mostrar uma falsa condolência do repórter na tv, como para fazer com que jornais, blogs e internet pareçam mais humanos do que realmente são.

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