Uma novidade pouco divulgada até agora é a iniciativa da LG de estender a “vida útil” de seu sistema operacional webOS nas TVs lançadas a partir de 2022. Junto com a linha 2024, anunciada na semana passada, a empresa informa que os proprietários dessas TVs terão direito a cinco upgrades gratuitos no webOS. Em outras palavras, quem comprar uma TV LG deste ano só precisará se preocupar com isso em 2029.
A empresa atende assim a uma antiga reivindicação dos consumidores, diante da lentidão que certos modelos começam a apresentar após algum tempo de uso. Numa época de ofertas massivas de conteúdos, com as TVs conectadas a diversas fontes de sinal simultâneas, rapidez e facilidade de navegação tornam-se um atributo indispensável. E, como se sabe, os sistemas operacionais são movidos a processadores que, como nos computadores, celulares etc., precisam ser atualizados periodicamente.
Esta semana vi no site coreano Business Korea que também a Samsung está adotando essa política. Suas TVs lançadas a partir de 2024 (além de algumas 2023) terão atualização automática do sistema Tizen durante sete anos, dois a mais que a rival LG. Detalhe: no caso da Samsung, a novidade vale apenas para TVs da categoria AI, com inteligência artificial, informa o site (vejam aqui).
Dois fatores estão levando as fabricantes coreanas – que decidiram desenvolver sistemas operacional próprios, em vez de comprá-los de outros – a oferecer esse, digamos, brinde a seus clientes. O primeiro deles é concorrência das marcas chinesas, como TCL e Hisense, que vêm crescendo em todo o mundo. A TCL fechou acordo com o Google, assim como havia feito a Sony, para adotar o sistema Google TV. Este, por definição, é atualizado regularmente.
A outra razão é o crescimento dos receptores que podem transformar até uma TV antiga em “smart”, sendo mais conhecidos o Chromecast (do próprio Google), Fire TV (Amazon) e Roku. Com eles, basta que a TV possua uma entrada HDMI para receber os sinais dos serviços de streaming que o usuário assina. E todos oferecem atualizações automáticas de sistema operacional.
Existe na internet uma infinidade de outras marcas de receptores, alguns oferecidos a preços tentadores e prometendo mundos e fundos. Como já sabe (ou deveria saber) o consumidor brasileiro, há aí muitas pegadinhas. A escolha de uma marca conhecida é um primeiro critério para uma compra mais segura. Mas a pirataria é intensa nesse campo, com inúmeras outras que servem para acessar sites ilegais e abrir caminho à transmissão de vírus e outros conteúdos indesejados.
Como já disse o mestre Millôr Fernandes, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.
Agora fiquei em dúvida com a minha TV, não tenho certeza se é de 2022 ou 2021.