No mundo de hoje, quem consegue pensar e refletir sem preconceitos nem viés ideológico já sabe: tudo de bom ou de ruim que se encontra na internet não é obra de máquinas nem de robôs, mas de pessoas. É o ser humano quem está causando tanta confusão, às vezes por ignorância ou ingenuidade, mas frequentemente por ter algum interesse pessoal ou de grupo.

Essa introdução tem a ver com o surgimento, e a rápida disseminação, do ChatGPT. Trata-se de mais uma invenção tecnológica que tem o poder de transformar vidas, gerar negócios, facilitar uma série de tarefas – e, sim, também de provocar crimes e até tragédias. A sigla se refere a Generative Pretrained Transformer, uma ferramenta de Inteligência Artificial criada pela empresa de pesquisas OpenAI, de San Francisco (EUA), que a define como:

“…um modelo de linguagem que foi treinado para gerar respostas a perguntas e comandos de usuários de maneira que pareça que está conversando com um ser humano”.

Se você pensou em automação residencial, está correto. Da mesma forma que usamos algoritmos para regular a intensidade das luzes numa casa ou escritório, por exemplo, ChatGPT se destina a fazer algo similar com textos. A ferramenta se baseia numa enorme quantidade de dados captados na internet, via Google, sites de mídia e redes sociais. Segundo a OpenAI, foi aprimorada usando técnicas de deep learning e machine learning (“aprendizado de máquina”), para oferecer respostas coerentes a inúmeros tipos de assuntos e questionamentos.

Muito cuidado com o que você lê

O objetivo, sempre segundo seus criadores, é simular conversas (chats) entre humanos como já podemos experimentar hoje ao falar com o atendimento virtual de algumas empresas. Quem atende não é uma pessoa, mas uma máquina que, supostamente, tem todas as respostas que você procura. Como sabe todo mundo que já precisou, o problema é que máquina não pensa; se você entrar com uma pergunta fora dos padrões, o atendente simplesmente não terá a resposta (geralmente fica repetindo as mesmas frases, como se estivesse – e às vezes está mesmo – gozando da sua cara).

Não é preciso ser gênio para saber que essa brincadeira pode sair de controle. Já li que hackers estão usando ChatGPT para aprimorar seus esquemas de invasão a bancos de dados, criação e distribuição de vírus e malwares (vejam aqui). E há tempos vêm saindo notícias sobre teses de doutorado e artigos científicos “escritos” dessa forma. Este artigo de dois especialistas dá ideia do seu potencial incendiário.

Como a ferramenta se baseia em dados, a cada nova atualização sua eficiência aumenta (está atualmente na versão 3), montando colagens de várias fontes de tal forma que podem passar por textos de quem entende do assunto. O site Olhar Eletrônico, aliás, fez um teste: é de cair o queixo (vejam neste link).

Portanto, é bom prestar bem atenção da próxima vez que você for ler algo na internet: o autor identificado pode ser alguém que não faz a menor ideia do que está escrito ali.

Spoiler: já se fala num GPT voltado à voz e a tarefas de vídeo. Socorro!!!

2 thoughts on “ChatGPT, seu novo amigo (ou inimigo?)

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