350 milhões de dólares: esse é o valor a ser pago pelo grupo Harman International pela Sound United, dona de marcas que todo mundo conhece: Denon, Marantz, Polk Audio, Definitive Technology e Boston Acoustics.
Mas a estrela da Sound United, adquirida em 2020, é a inglesa Bowers&Wilkins, mais conhecida como B&W (para lembrar). Ou seja, com o acordo anunciado nesta 4a feira, a Harman consolida sua posição como maior empresa de áudio do planeta.
Se a venda de Denon e Marantz, em 2017, agitou o segmento, e a da B&W (2020) surpreendeu muita gente, pode-se afirmar que o jogo muda totalmente agora, com um grupo gigantesco como a Harman entrando para apostar alto. Não custa lembrar que, no final do ano passado, já houve certo tumulto no setor com a Bose – histórica rival da Harman – que adquiriu a McIntosh (como relatamos aqui). Pode estar acontecendo algo semelhante agora.
Como Harman e Samsung usarão a marca B&W?
A Harman, como se sabe, é dona da JBL, maior fabricante de caixas acústicas do mundo, mas também possui a sua linha Luxury (Revel, Lexicon, Mark Levinson). Imagina-se que B&W irá enriquecer esse portifólio high-end, trazendo a aura de uma marca admirada por dez entre dez especialistas.
Outro detalhe que não pode passar em branco é que o grupo Harman pertence à gigante Samsung. É possível então esperar TVs, notebooks e smartphones da marca coreana exibindo sistemas de áudio B&W no futuro. São decisões que precisaremos esperar para ver se fazem sentido.
O que já se pode afirmar é que marcas célebres da indústria eletrônica vêm sendo adquiridas por fundos de investimento que, por definição, pensam somente em seus lucros. A Sound United foi incorporada em 2022 pela Masimo Corporation, fabricante de equipamentos médicos que tem uma divisão voltada para identificar oportunidades de investimento.
O negócio com a Harman, portanto, faz sentido do ponto de vista financeiro. Mas é algo muito distante do que pensavam pioneiros do século 20 como Amar Bose, John Bowers e Sidney Harman quando criaram o mercado de áudio.
