Com Samsung, como fica o mercado de OLED?

Quase dez anos depois do lançamento da primeira TV OLED (veja aqui como foi, em outubro de 2013), e após idas e vindas em relação a essa tecnologia, finalmente a Samsung está colocando nas lojas a “sua” OLED. O modelo S90C, em tamanhos de 55″ e 65″, que comentamos aqui no mês passado, foi apresentado oficialmente nesta 3a feira em São Paulo, junto com toda a nova linha de TVs Samsung 2023.

Seguindo o padrão da indústria em outros países, a Samsung liberou a TV OLED para teste prévio em alguns veículos especializados. Há duas semanas, nossa equipe vem avaliando o produto usando diversos tipos de conteúdo (vejam este vídeo), com ótimos resultados. De fato, a combinação de leds orgânicos com pontos quânticos se revela “matadora”. Conseguimos visualizar imagens profundas, contrastadas e ao mesmo tempo com altos níveis de brilho, o que é essencial, por exemplo, para assistir durante o dia (hábito cada vez mais comum nas famílias).

Outros detalhes que nos chamaram a atenção foram o ângulo de visão lateral, que preserva cores e nitidez (ao contrário da maioria das TVs), e a intensidade das cores em toda a área da tela. Para não dizer que é uma TV perfeita, dois pequenos detalhes: a base de apoio no móvel é de plástico, encaixada e não parafusada, destoando um pouco do acabamento da tela – a Samsung aposta que a maioria das pessoas preferirá montar a TV na parede, sem dúvida uma tendência de mercado; e o controle remoto minúsculo, apenas com as funções básicas, traz o risco – infelizmente comum – de perda; aqui, a aposta do fabricante é nos comandos de voz, algo que a maioria dos consumidores ainda precisa se acostumar a usar.

OLED É MELHOR? MERCADO É QUE VAI RESPONDER

E como ficará o mercado de OLED, agora que a Samsung chega para enfrentar a LG? Continuará sendo um “nicho”, com cerca de 5% das vendas de TVs em geral, ou ganhará impulso com o poderoso marketing da marca líder? Há tempos se sabe que tecnicamente a tecnologia de leds orgânicos é superior, mas, como em tantos momentos da história, nem sempre o melhor é o que predomina. Como a Samsung até agora “trabalhava contra”, a situação do OLED era adversa em termos de vendas. Vamos ver como responde o mercado.

Essa discussão acontece no mundo inteiro desde o ano passado, quando a Samsung fez o lançamento nos principais países. No Brasil, a empresa posiciona sua OLED no segmento premium, ao lado das TVs Neo QLED 4K (8K é outro departamento), e em faixas de preço similares à LG. Mas não tem planos, por enquanto, de lançar OLED em tamanhos maiores (a LG já tem de 77″ e 83″).

E permanece a polêmica em relação a um “acordo” entre as duas rivais coreanas: afinal, a Samsung está mesmo utilizando painéis OLED da LG? Já comentamos esse assunto aqui, mas há três semanas a agência de notícias Reuters publicou reportagem (que foi copiada em vários países) citando três fontes anônimas. Revela que este mês a LG, maior fabricante do mundo, começa a fornecer painéis OLED à Samsung nos tamanhos de 77″ e 83″. As duas empresas não confirmam nem desmentem.

Além de resolver um problema para a LG, cujas receitas com TVs convencionais vêm caindo, o acordo fortaleceria a posição da Samsung no segmento OLED, já que sua fábrica própria ainda irá demorar a produzir. Vale lembrar que a Samsung já utiliza painéis OLED em smartphones, notebooks e monitores, inclusive fornecendo para outras marcas. Mas o desafio, quando se trata de telas grandes, é bem mais complicado.

A empresa garante que os painéis usados nas TVs que estão sendo lançadas no Brasil são próprios, ou seja, não utilizam o famoso – e controvertido – subpixel branco da concorrente.